SBNeC 2010
Resumo:H.010


Poster (Painel)
H.010Estudo da viabilidade de fatias de hipocampi de ratos adultos em função da sua espessura
Autores:Victor Hermes Ceresér Júnior (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Giana Cognato (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Gisele Hansel (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Ana Helena Tort (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Diogo Onofre Souza (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

Trabalhos com preparações cerebrais em fatias têm ganhado importância nos últimos anos, principalmente por preservar a estrutura original do tecido estudado. Esta característica permite a realização de estudos fisiofarmacológicos em tecidos específicos. Muitos são os parâmetros neuroquímicos estudados com este modelo, entre eles: captação de glutamato, secreção de s100 β, dosagem de GFAP e fosforilação de proteínas. A maioria dos estudos em fatias de hipocampo utilizam a espessura de 400 µm. Estudos usando fatias de menores espessuras são mais raros, dado a fragilidade da fatia frente à manipulação para a execução da técnica. O objetivo deste trabalho é estudar a viabilidade das fatias de hipocampo de ratos em função da espessura. Para esse estudo, foram utilizadas 3 diferentes espessuras (100, 200 e 400 µm). Para registrar os níveis de lesão nas fatias foi utilizada a medida da proteína GFAP no meio em que a fatia foi incubada. Materiais e métodos Ratos fêmeas Wistar de 60 dias foram decapitados, os hipocampos foram dissecados e fatiados em 3 espessuras diferentes: 400, 200 e 100 micrômetros, as fatias foram incubadas em meio Krebs pH7,3. Para medir a lesão causada pelo corte na fatia, foram realizados dois experimentos, um com uma pré-lavagem aos 5 minutos de incubação (para remover a GFAP proveniente do corte da fatia) e outro sem a pré-lavagem. Estas fatias ficaram incubadas durante 15, 30 ou 60 minutos. Os sobrenadantes foram recolhidos nos seus respectivos tempos de incubação e congelados para posterior dosagem da proteína GFAP que foi realizada por ELISA. Resultados: Ensaio sem pré- lavagem: os níveis de GFAP foram: 0,12 ± 0,024 (100 µm, 15 minutos); 0,47 ± 0,227 (100 µm, 30 minutos); 0,50 ± 0,104 (100 µm, 60 minutos); 0,16 ± 0,045 (200 µm, 5 minutos); 0,41 ± 0,082 (200 µm, 15 minutos); 0,60 ± 0,076 (200 µm, 30 minutos); 0,47 ± 0,049 (200 µm, 60 minutos); 0,01 ± 0,002 (400 µm, 5 minutos); 0,07 ± 0,032 (400 µm, 15 minutos); 0,26 ± 0,021 (400 µm, 30 minutos); 0,26 ± 0,020 (400 µm, 60 minutos). Resultados expressos em ng/ mg de proteína da fatia (média ± erro padrão). Ensaio com pré-lavagem: os níveis de GFAP foram: 0,01 ± 0,003 (100 µm, 15 minutos); 0,02 ± 0,003 (100 µm, 30 minutos); 0,03 ± 0,009 (100 µm, 60 minutos); (200 µm, 15 minutos); 0,01 ± 0,002 (200 µm, 15 minutos); 0,04 ± 0,016 (200 µm, 30 minutos); 0,05 ± 0,017 (200 µm, 60 minutos); 0,01 ± 0,004 (400 µm, 15 minutos); 0,01 ± 0,004 (400 µm, 30 minutos); 0,05 ± 0,010 (400 µm, 60 minutos). Resultados expressos em ng/ mg de proteína da fatia (média ± erro padrão). Discussão e conclusão No ensaio onde houve a pré- lavagem, não houve um aumento significativo da liberação da proteína GFAP em função do tempo e não houve diferença entre as 3 espessuras testadas. Isso mostra que as três espessuras são igualmente estáveis frente ao tempo de incubação. Já no ensaio onde não foi feito a pré-lavagem, ocorreu uma grande liberação de GFAP, que se estabiliza aos 30 minutos. As fatias de 400 µm mostraram uma menor liberação de GFAP frente às outras duas espessuras. Isso indica que as fatias de 400 µm se mostraram mais estáveis frente ao seu processo de preparação. Sendo assim a espessura de 400 µm ainda é a melhor opção para o trabalho usando fatias. Para avaliar a viabilidade em função da espessura, mais estudos precisam ser feitos. Como perspectiva, serão realizados estudos envolvendo a liberação da enolase específica do neurônio em função do tempo e da espessura.


Palavras-chave:  Fatias, Slice, Viabilidade, Estabilização, GFAP