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J.177 | ATIVAÇÃO DOS RECEPTORES 5-HT2C DA SUBSTÂNCIA CINZENTA PERIAQUEDUTAL PRODUZ AUMENTO DA ANTINOCICEPÇÃO EM CAMUNDONGOS AVALIADOS NO LABIRINTO EM CRUZ ELEVADO | Autores: | Daniela Baptista (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Ricardo Luiz Nunes-de-souza (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita) ; Azair Canto-de-souza (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) |
Resumo Objetivos: O confinamento de camundongos no braço aberto (BA) do labirinto em cruz elevado (LCE) produz antinocicepção (Psychopharmacol.150:300, 2000). Este estudo avaliou os efeitos da administração combinada na substância cinzenta periaquedutal de mCPP (agonista de receptores 5-HT2C/2B), cetanserina (antagonista de receptores 5-HT2A/2C) na antinocicepção induzida pela exposição de camundongos ao BA do LCE.
Métodos: Camundongos machos (25-30g), Suíço-albino (n=7-10/grupo) receberam implantação de cânula na substância cinzenta periaquedutal (intra-SCP). Após quatro dias de recuperação os animais foram aleatoriamente separados nos seguintes grupos: injeção combinada intra-SCP de veículo + salina, veículo + mCPP (0,01 nmol/0,1 µl), cetanserina (10 nmol/0,1 µl) + veículo e cetanserina + mCPP. Após a injeção combinada, os animais receberam injeção intraperitoneal de ácido acético 0,6% (0,1ml/10g de peso; estímulo nociceptivo). Imediatamente após o início das contorções, cada camundongo foi exposto ao BA ou BF do LCE por 5 minutos, quando foi registrado o número de contorções abdominais. Somente os animais com análise histológica positiva foram utilizados neste estudo.
Resultados: A ANOVA de duas vias (local do confinamento x tratamento) demonstrou que ocorreu efeito do local do confinamento [F(1,63)= 48,96, P < 0,0001] e do tratamento [F(3,63)= 3,11, P < 0,05], sem alterar a interação entre local do confinamento x tratamento [F(3,63)= 1,38, P > 0,05]. Comparações posteriores (teste de Duncan) revelaram que os animais confinados no BA apresentaram menor número de contorções abdominais quando comparados ao BF, independente do tratamento recebido [veículo + salina (BA: 7,14 ± 1,72; BF: 10,89 ± 0,92, P < 0,05); veículo + mCPP 0,01 nmol (BA: 3,25 ± 0,31; BF: 10,1 ± 0,94, P < 0,05); cetanserina + veículo (BA: 4,25 ± 0,97; BF: 11,63 ± 1,36, P < 0,05); cetanserina + mCPP (BA: 7,80 ± 1,33; BF: 11,70 ± 0,76 P < 0,05)]. A injeção intra-SCP de mCPP (0,01 nmol) aumentou a antinocicepção e este efeito foi antagonizado pelo pré-tratamento com cetanserina.
Conclusão: Os nossos resultados corroboram com estudos anteriores que demonstraram a ocorrência de antinocicepção em camundongos expostos ao BA do LCE (Psychopharmacol.150:300, 2000) e sugere a modulação dos receptores 5-HT2C localizados na SCP na modulação da antinocicepção induzida pelo medo em camundongos.
Palavras-chave: 5-HT2C, SUBSTÂNCIA CINZENTA PERIAQUEDUTAL, ANTINOCICEPÇÃO, CAMUNDONGOS |