SBNeC 2010
Resumo:J.052


Poster (Painel)
J.052INFLUÊNCIA DOS PROCEDIMENTOS DE ROTINA DO LABORATÓRIO DE NEUROBIOLOGIA NA ATIVAÇÃO DO EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL (HHA) EM RATOS WISTAR E HÍBRIDOS DE CRUZAMENTOS DAS LINHAGENS WISTAR E SELVAGEM (Rattus norvergicus sp).
Autores:Luiz Carlos Schenberg (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Rubia de Souza Armini (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo)

Resumo

Demonstramos recentemente que os "hormônios do estresse", corticotrofina (ACTH), corticosterona (CORT) e prolactina (PRL) não são alteradas nas respostas intensas de ativação emocional e de execício fisíco que acompanham a reação de defesa induzida pela estímulação elétrica de 1 minuto da matéria cinzenta periqauedutal (MCPAd) (Schenberg et al., 2008). Como os ataque de pânico (AP) não são acompanhados pela elevação dos hormônios do estresse, esses resultados são indícios convincentes do envolvimento da MCPAd com os AP. Contudo, verificamos em outro grupo que ratos com cânula intra-atrial e eletrodo na MCPAd, porém, que não receberam estímulo elétrico,apresentaram níveis basais de CORT de cerca de 300 ng/ml, valores muito além do esperado (40 ng/ml). Estes níveis podem ter inibido a resposta de ACTH à estímulação da MCPAd. Portanto, o presente estudo examinou as possíveis causas da secreção aumentada de CORT utilizando ratos anestesiados com halotano e sacrificados com guilhotina. Com este método, comparamos os níveis basais de CORT, ACTH e PRL de ratos Wistar criados numa sala com luz, temperatura, ruídos e odores controlados, com aqueles criados no biotério do laboratório e ratos do biotério central anestesiados em sua própria caixa-viveiro. Adicionalmente, comparamos os níveis hormônais dos ratos-controle àqueles observados 5 dias após a implantação dos eletrodos e aos níveis hormonais de ratos submetidos ao estresse de restrição ou "habituados" à manipulação por 5 dias. A influência dos fatores genéticos também foi verificada por experimentos com ratos híbridos da linhagem Wistar e selvagam. Os ratos-controle e ratos criados no biotério do laboratório apresentaram níveis médios bastante reduzidos dos hormônios do estresse, respectivamente, 71,7 e 100 pg/ml de ACTH e 55,3 e 98,4 ng/ml de CORT. O procedimento adotado também permitiu a detecção da resposta do ACTH (498 pg/ml) ao estresse agudo de restrição. Os ratos provenientes do biotério central apresentaram níveis reduzidos de ACTH (86,2 pg/ml) afastando a possibilidade de estresse agudo, porém, níveis moderados de CORT (235,3 ng/ml) sugerindo efeitos de estresse crônico. Nossos dados também mostraram a ineficiência do procedimento de "habituação" por manipulação, uma vez que este grupo desenvolveu níveis elevados de CORT (526 ng/ml). Os ratos híbridos apresentaram níveis moderados de ACTH (170,8 pg/ml) e CORT (204,3 ng/ml), comprovando a influência dos fatores genéticos. Por fim, os ratos não estimulados implantados com eletrodos, apresentaram níveis moderados de ACTH (123,2 pg/ml) e extremamente elevados de CORT (633,8 ng/ml). Exceto por um aumento moderado da secreção de PRL após o estresse de restrição (71,3 ng/ml), este hormônio apresentou pequenas variações (16,9 a 34,2 ng/ml). Os resultados mostraram que 5 dias de recuperação cirúrgica não são sufucientes para a redução do estresse da implantação do eletrodo, sendo de importância fundamental para os estudos futuro do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.


Palavras-chave:  Ataque de Pânico, Materia cinzenta periaquedutal dorsal, Corticosterona, Corticotrofina, Estresse