Oral / Poster
J.044 | Efeito de diferentes períodos de estimulação em ratos submetidos a desnutrição proteica pós-natal: medidas bioquímicas e comportamentais | Autores: | Roberto de Oliveira Soares (FFCLRP/USP - FFCLRP/Universidade de Sao Paulo) ; Luis Marcellino de Oliveira (FFCLRP/USP - FFCLRP/Universidade de Sao Paulo) ; Sebastião de Sousa Almeida (FFCLRP/USP - FFCLRP/Universidade de Sao Paulo) |
Resumo Objetivos: verificar os efeitos da desnutrição protéica e da estimulação (estimulação táctil e enriquecimento ambiental) durante os períodos de lactação (L) e de pós-lactação (PL) em medidas bioquímicas (corticosterona plasmática) e comportamentais (labirinto em cruz elevado - LCE).
Método: Os ratos foram divididos, a partir do dia do nascimento, em dois diferentes grupos de acordo com a dieta: desnutridos (M - dieta com 6% de proteína) e controles (C - dieta com 16% de proteína). Também foram subdivididos em grupos conforme a manipulação ambiental: não estimulação (N), ambiente enriquecido (E), e estimulação táctil (H). Metade dos animais foi estimulada no período de lactação (0 a 21 dias), e a outra metade estimulada somente no período de pós-lactação (22 a 35 dias). Após os testes no LCE, aos 36 e 37 dias, os animais foram decapitados e tiveram o sangue retirado para a análise de corticosterona plasmática através da técnica de radioimunoensaio.
Resultados: com relação à exposição ao LCE, ratos M apresentaram uma maior porcentagem de entradas nos braços abertos (EBA), tanto os estimulados no período L (F(1,37)=13,52; p<0,001) como no período PL (F(1,38)=41,16; p<0,001), comparado com ratos C. Com relação ao tempo nos braços abertos (TBA), ratos M também apresentaram um maior tempo, tanto os estimulados no período L (F(1,37)=11,83; p<0,01) como no período PL (F(1,38)=28,83; p<0,001), quando comparado a ratos C. Em relação à estimulação, ratos ME, estimulados apenas no período L, apresentaram praticamente a mesma porcentagem de EBA (11,37%±5,93) e TBA (12,43%±4,9) que animais CN (14%±2,44 e 12,93%±1,3). O grupo ME também apresentou um menor percentual de EBA (F(2,37)=5,31; p<0,01) e TBA (F(2,37)=3,78; p<0,05) comparado a MN. Com relação ao numero de mergulhos desprotegidos, ratos M apresentaram um maior numero de mergulhos, tanto no período L (F(1,37)=9,60; p<0,01) como no período PL (F(1,38)=11,35; p<0,01), quando comparados a ratos C. No entanto, ratos ME, estimulados apenas no período L, apresentaram quantidade semelhante de mergulhos desprotegidos (7±1,32) comparados com o grupo CN (6,75±2,55), mas menores quando comparado a MN (F(2,37)=3,6; p<0,05). Também foi observado que ratos expostos a H no período PL, independente da dieta a que foram submetidos, apresentaram maiores níveis de corticosterona plasmática comparado com animais N e E (F(2,42)=14,38; p<0,001), estimulados no mesmo período.
Conclusões: Os dados do presente estudo sugerem que animais desnutridos se expõem a mais situações de risco quando comparado com controle. Também é possível observar que o enriquecimento ambiental, quando realizado apenas no período de lactação, pode ser mais eficaz para a amenização das alterações produzidas pela desnutrição no comportamento de avaliação de risco observado no LCE. Os dados também mostram que a estimulação táctil, quando realizado apenas no período de pós-lactação, independentemente da dieta em que o animal está submetido, eleva os níveis de corticosterona plasmática sugerindo que este tipo de estimulação pode alterar a resposta de estresse no LCE Palavras-chave: desnutrição proteica, periodo de desenvolvimento do SNC, ratos, labirinto em cruz elevado, corticosterona plasmática |