Prêmio
A.019 | Participação de Rac1 na proliferação de células gliais de Müller. | Autores: | Loreni Cristine da Silva (ICB - USP - Departamento Biologia Celular e do Desenvolvimento) ; Kelly Cristina Saito (ICB - USP - Departamento Biologia Celular e do Desenvolvimento) ; Marinilce Fagundes dos Santos (ICB - USP - Departamento Biologia Celular e do Desenvolvimento) ; Dânia Emi Hamassaki (ICB - USP - Departamento Biologia Celular e do Desenvolvimento) |
Resumo Objetivos: O desencadeamento do quadro irreversível de perda visual que ocorre em algumas doenças retinianas como glaucoma, degeneração macular e retinopatia diabética é decorrente da morte neuronal. Dados interessantes revelam que, dependendo da lesão retiniana e da espécie em questão, as células gliais de Müller são capazes de proliferar e se diferenciar em novos neurônios. Contudo, as vias de sinalização que participam destes processos não foram completamente elucidadas. É possível que a família das GTPases Rho esteja envolvida, uma vez que essas proteínas participam de diversos processos celulares, incluindo proliferação. Além disso, estudos anteriores de nosso laboratório já demonstraram a presença dessas GTPases em células de Müller. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o envolvimento de Rac1, uma destas GTPases Rho, na proliferação das células gliais de Müller.
Métodos: Injeções intraoculares de salina tamponada estéril (PBS, controle) e NMDA (tratado) (0,1mM, Sigma) foram realizadas em galinhas ( Gallus gallus ) com 7 dias pós eclosão (P7). Em P8, um inibidor de Rac1 (NSC 23766, 100μM, Calbiochem) foi administrado 2 vezes com intervalo de 12 horas. A fim de evidenciar as células em proliferação, 50µg de BrdU (Sigma) foi aplicado em P9. A retina foi fixada em PFA 2% por 15 minutos e secções de 12μm obtidas em criostato foram incubadas com anticorpos contra BrdU e glutamina sintetase (GS, marcador de células de Müller). A morte neuronal foi avaliada pelo método de TUNEL em relação ao total de células marcadas com DAPI. A proliferação foi expressa em células Brdu-positivas±desvio padrão por campo (260x65μm; n=3-4, Teste-t, ***P<0,05).
Resultados: A análise da injeção intraocular de NMDA indicou uma ampla ocorrência de morte neuronal (células TUNEL+) na camada nuclear interna após 1 dia, que é diminuída nos dias subseqüentes, sendo praticamente inexistente após 7 dias. No segundo dia após essa lesão (P9), a camada nuclear interna exibiu extensa proliferação celular proveniente de células de Müller (33±6), evidenciado pela dupla marcação com BrdU e GS. A administração de duas doses do inibidor de Rac1 (NSC23766) não foi tóxica para a retina, uma vez que não foram detectados núcleos apoptóticos pelo método de TUNEL. Quando administrado após NMDA, o inibidor de Rac1 reduziu significativamente a proliferação das células de Müller (14±6***).
Conclusões: Os resultados sugerem que Rac1 participa da proliferação de células gliais de Müller após excitotoxicidade por NMDA, o que pode ser interessante para uma possível terapia visando a regeneração retiniana.
Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq, CAPES
Palavras-chave: retina, células gliais de Müller, Rac1, proliferação |