SBNeC 2010
Resumo:J.005


Prêmio
J.005EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL E PERIFÉRICA DE IOIMBINA SOBRE AS RESPOSTAS DE DEFESA INDUZIDAS PELA ESTIMULAÇÃO DA MATÉRIA CINZENTA PERIAQUEDUTAL DORSAL DO RATO.
Autores:Cláudia Janaina Torres Müller (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Luiz Carlos Schenberg (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo)

Resumo

Introdução: Os ataques de pânico (AP) são precipitados pela ioimbina (IO) e atenuados pela clonidina, respectivos antagonista e agonista dos receptores noradrenérgicos alfa-2. Os AP também têm sido ocasionalmente tratados por inibidores da recaptação de norepinefrina (NE), tanto preferenciais (desipramina) quanto seletivos (reboxetina). Estes dados sugerem o envolvimento do sistema noradrenérgico no transtorno do pânico. Os comportamentos de congelamento e fuga produzidos pela estimulação elétrica da matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MCPD) do rato têm sido propostos como um modelo de AP. Estudos anteriores mostraram que enquanto a administração IP crônica de maprotilina (MPT), um inibidor seletivo da recaptação de NE, causou a atenuação seletiva da resposta de congelamento, a administração I.C.V. aguda deste antidepressivo elevou os limiares de todas as respostas de defesa. A depleção de NE pelo DSP4 também atenuou todas as respostas. Objetivo: O presente estudo examinou os efeitos das injeções de IO, periférica e local, na MCPD, CG1 e CG2, sobre os limiares das respostas eliciadas por estimulação elétrica da MCPD. Material e Métodos: Ratos Wistar, machos (n=60) com quimitrodos na MCPD, foram tratados com IO ou veículo e submetidos a sessões de estimulação elétrica (60 Hz, 30 s, 0-90 μA) onde registrou-se os comportamentos de defesa de exoftalmia (EXO), imobilidade (IMO), trote (TRT), galope (GLP), salto (SLT), micção (MIC) e defecação (DEF). Os limiares das respostas foram analisados por regressão logística de dados binários. Resultados: A administração IP, doses de 5 e 10 mg/kg produziram efeitos significativos sobre as respostas de defesa, quando comparados ao veículo. A dose de 5 mg/kg facilitou seletivamente os comportamentos de GLP,TRT e IMO, porém atenuou os comportamentos de DEF e MIC. A dose de 10 mg/kg teve efeito sobre os comportamentos de GLP e MIC, produzindo facilitação do GLP e atenuação da MIC. A administração local na MCPD de 97,5 ng/150nl (0,275 nmol) de IO somente produziu aumento dos limiares dos comportamentos de IMO, TRT, MIC e DEF, quando comparados ao veículo. Por fim a administração local em CG1 e CG2 de 25,3 ng/150nl (0,071 nmol) de IO somente produziu aumentos dos limiares dos comportamentos de MIC e DEF em relação ao veículo. Conclusão: Portanto, a facilitação dos comportamentos de fuga como o GLP no tratamento IP, mas não no tratamento local na MCPD e CG1 e CG2, demonstra que a ação da IO sobre os receptores alfa-2 noradrenérgicos, promovendo diminuição do limiar das respostas de defesa, deve-se ao acoplamento a receptores localizados no LC e não na MCPD, CG1 e CG2.


Palavras-chave:  Ataque de pânico, Matéria Cinzenta Periaquedutal Dorsal, Ioimbina, Transtorno de pânico, Receptor alfa-2 noradrenérgico