Poster (Painel)
J.128 | POSSÍVEIS CORRELAÇÕES ENTRE ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS ASSOCIADAS À ESQUIZOFRENIA NA LINHAGEM SHR. | Autores: | Suzy Tamie Niigaki (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Raquel Levin (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Valéria de Almeida (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Camila Mauricio dos Santos (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Neide Derci Silva (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Mariana Bendlin Calzavara (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Vanessa Costhek Abílio (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) |
Resumo Objetivo: Recentemente verificamos que a linhagem SHR (Spontaneously Hypertensive Rats) apresenta alterações comportamentais que são especificamente revertidas por antipsicóticos e potencializadas por manipulações “pró-esquizofrênicas”. Assim, sugerimos essa linhagem como modelo animal para estudo de diversos aspectos da esquizofrenia. Dentre essas alterações comportamentais destacam-se déficits de interação social e de inibição pré-pulso e aumento de locomoção, parâmetros comportamentais relacionados respectivamente a sintomas negativos, prejuízos do processamento do filtro sensório motor e sintomas positivos da esquizofrenia. O objetivo do presente trabalho foi verificar uma possível correlação entre essas alterações comportamentais na linhagem SHR
Métodos: Vinte e quatro ratos da linhagem SHR com 5 meses de idade foram submetidos ao teste de interação social e, imediatamente depois, ao teste de inibição pré-pulso (PPI). A tarefa de interação social (IS) consistiu em colocar dois animais que não se conheciam em um campo aberto por 10 minutos e quantificar parâmetros indicativos de interação social: (cheirar, seguir, montar e interação passiva). Foram também quantificados parâmetros de atividade motora dos animais (freqüência de locomoção – LOT e de levantar - LEV). O teste de PPI foi realizado com apresentação de 4 tipos de estímulos distribuídos aleatoriamente em intervalos médios de 20 segundos: 1) Vinte apresentações de pulsos de 120 dB por 50 ms (capaz de produzir uma resposta de sobressalto); 2) Vinte apresentações de pré-pulsos de 75 dB por 20 ms apresentados 40 ms antes do pulso (intervalo entre estímulos); 3) Dez apresentações de pré-pulsos de 75 dB; 4) ausência de estímulo. No início de cada sessão, 10 pulsos foram apresentados para a habituação dos animais (essa série não foi levada em conta para os cálculos). A média da amplitude de sobressalto após as sessões de pulso (P) bem como a média da amplitude da resposta de sobressalto após as sessões de pré-pulso - pulso (PP) foram calculadas para cada animal com base na seguinte equação: inibição por pré-pulso (%) = 100 - [(PP / P) x 100].
Resultados: (I) Não houve correlação entre o PPI e a IS (Correlação de Pearson = -0,192; p=0,369) ou entre PPI e LOT (Correlação de Pearson = 0,340; p=0,104). (II) Houve correlação positiva entre PPI e LEV (Correlação de Pearson = 0,402; p<0,05). (III) Houve correlação negativa entre IS e LOT (Correlação de Pearson = -0,686; p<0,001). (IV) Houve correlação negativa entre IS e LEV (Correlação de Pearson = -0,569; p<0,005).
Conclusão: Os nossos dados indicam que prejuízos no filtro sensório motor não estariam diretamente relacionados aos sintomas positivos e negativos (ausência de correlação entre PPI e LOT ou IS). Paralelamente, um melhor funcionamento do filtro sensório-motor parece estar relacionado a um maior interesse em explorar o ambiente (correlação positiva entre PPI e LEV). Por fim, nossos dados indicam uma correlação entre sintomas negativos e positivos (correlação negativa entre IS e LOT) e entre sintomas negativos e exploração do ambiente (correlação negativa entre IS e LEV). Palavras-chave: esquizofrenia, shr, sintoma positivo, sintoma negativo |