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J.227 | Efeito do enriquecimento ambiental na morfologia do hipocampo e estriado em ratos jovens submetidos à hipóxia-isquemia neonatal | Autores: | Patrícia Maidana Miguel (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Rafael Goldani (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Bruna Ferrary Deniz (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Joseane Jiménez Rojas (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Lenir Orlandi Pereira (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Carlos Alexandre Netto (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) |
Resumo Objetivo: Resultados anteriores do nosso grupo já demonstraram que o enriquecimento ambiental (EA) não teve efeito morfológico protetor em ratos adultos submetidos à hipóxia-isquemia (HI) neonatal. Com isso, o objetivo do estudo foi analisar a morfologia do hipocampo e do estriado em modelos de ratos jovens após a HI e que foram estimulados em ambiente enriquecido precocemente (HIAE).
Materiais e métodos: Foram utilizados ratos Wistar machos e fêmeas divididos nos seguintes grupos: controles ambiente padrão (CTAP, n=9), controles ambiente enriquecido (CTAE, n=8), HIAP (n=8) e HIAE (n=8). No modelo de hipóxia-isquemia realizado no 7º dia pós-natal foi feita a oclusão permanente da artéria carótida comum esquerda seguido de um episódio de hipóxia (90min - 8%O2; 92% N2). Do 8° ao 30° dia foi realizado um enriquecimento ambiental contínuo com a presença da mãe, e do 31º ao 42º um EA diário (1h, 6 vezes por semana). Três dias após, os ratos foram perfundidos e os cérebros fixados em paraformaldeído para posterior corte das secções do estriado ao hipocampo. A análise morfológica consistiu no volume do hipocampo (método de Cavalieri) e a área do estriado (medida da área da estrutura feita em um corte).
Resultados: A ANOVA de duas vias seguida do teste de Duncan demonstrou que no hipocampo do hemisfério direito os HI apresentaram uma diminuição do volume tecidual comparado aos grupos controle e que o EA não influenciou no volume da lesão (CTAP 34,3 ± 0,7; CTAE 33,8 ± 0,6; HIAP 31,7 ± 1; HIAE 31,2 ± 0,4). O hipocampo esquerdo foi a região mais afetada, onde os HI tiveram uma diminuição significativa do volume comparado aos CT (CTAP 32,3 ± 0,6; CTAE 32,4 ± 0,6; HIAP 25 ± 1,2; HIAE 24,5 ± 0,8) devido a este lado ser o da isquemia. Na análise da área do estriado direito não houve diferenças entre os grupos (CTAP 12,1 ± 0,3; CTAE 11,8 ± 0,3; HIAP 11 ± 0,5; HIAE 11,9 ± 0,4) enquanto no lado esquerdo os modelos HI tiveram uma dimuição acentuada na área comparada aos CT (CTAP 11,4 ± 0,2; CTAE 11,4 ± 0,4; HIAP 9 ± 0,6; HIAE 9,2 ± 0,7).
Conclusões: Com estes resultados demonstramos que o hipocampo foi afetado com a HI nos dois hemisférios cerebrais, enquanto o estriado foi afetado apenas no hemisfério ipsilateral à isquemia. O enriquecimento ambiental, por mais que outros resultados comprovem os seus efeitos neuroprotetores sobre as performances cognitivas, o mesmo não teve efeito sobre o volume/área de lesão consequente à hipóxia-isquemia neonatal.
Apoio financeiro: CNPq Palavras-chave: enriquecimento ambiental, estriado, hipocampo, isquemia |