Oral / Poster
J.049 | EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÔMEGA-3 DURANTE O PERÍODO DE LACTAÇÃO SOBRE COMPORTAMENTO DE MÃES SEPARADAS DE SEUS FILHOTES | Autores: | Janaina da Silva Rocha Rocha (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; José Carlos Fernandes Galduróz Galduróz (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Deborah Suchecki Suchecki (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) |
Resumo Objetivo: Eventos aversivos pós-natais modificam o comportamento materno, favorecendo o desenvolvimento de psicopatologias em mães, o que poderia refletir no cuidado materno com a prole. O modelo de separação materna (SM), que consiste na ruptura da relação mãe-filhote, tem sido utilizado por gerar mudanças neurocomportamentais, inclusive nas mães que são separadas de seus filhotes. Sendo assim, este estudo avaliou as alterações comportamentais de mães separadas de seus filhotes por 360 minutos, e, além disso, analisou a capacidade do ácido graxo poliinsaturado, ômega 3 (conhecido por seus efeitos benéficos no tratamento de ansiedade e depressão) em prevenir ou reverter possíveis danos causados pelo estresse da separação.
Métodos: Mães (n=60) suplementadas com 3 diferentes dietas durante a lactação (ração regular [RR], ração com óleo de soja [RS] e ração com óleo de peixe [RP]) e separadas de seus filhotes (SM) entre os 2º e 14º dias pós-natal, foram avaliadas no teste de Labirinto em Cruz Elevado (LCE) e Teste de nado forçado (TNF). Também foram avaliadas mães não manipuladas (C), porém expostas às distintas dietas.
Resultados: Mães suplementadas com RP (n=17) e avaliadas no LCE, em comparação às mães que receberam RR (n=14) visitaram menos as extremidades dos braços abertos (RR = 5,1±0,7, RP = 2,8±0,6; p<0,05), e entraram menos vezes nos braços abertos (RR = 6,6±0,8, RP = 3,7±06, p<0,01) Também despenderam menos tempo nos braços abertos, (RR = 29±4,5, RP = 13,2±2,4; p<0,01) e mais tempo nos braços fechados (RR = 71,0±4,5, RP=86,8±2,4; p<0,01 Na análise do TNF, mães SM (n=20) apresentaram maior duração do tempo de nado em comparação ao grupo controle (n=19) (C = 55,4±7,5; SM = 88,6±8,9; p<0,01).
Conclusões: Não houve interação entre a dieta recebida pelas mães com a manipulação pós-natal; entretanto a separação materna por 360 min/dia pareceu aumentar a adaptabilidade das mães a eventos aversivos. Surpreendentemente o n-3 mostrou efeitos prejudiciais, provocando ansiogênese nas mães.
Palavras-chave: Ansiedade, Comportamento materno, Depressão, Estresse, Separação |