Resumo

Na clínica, uma alta porcentagem de pacientes não responde a antidepressivos convencionais, sugerindo que outros neurotransmissores e substâncias de outras classes também estão envolvidos na depressão. Diante disso, esse trabalho propôs-se a verificar se a diosgenina e a solasodina, neuroesteróides exógenos, têm efeito sobre o comportamento de animais submetidos aos modelos do nado forçado e campo aberto, e a delinear uma curva dose-resposta para essas substâncias. Para isso, foram utilizados 57 ratos Wistar machos, divididos em nove grupos, tratados com salina + tween 80%, imipramina, quatro diferentes doses de diosgenina e três doses de solasodina, e submetidos a ambos os modelos. A diosgenina 25mg/kg (n = 6; Média = 130,17; EPM = 33,01; F(5,33) = 5,35 e p = 0,001)e a solasodina 10mg/kg (n = 6; Média = 125,5; EPM = 36,06; F(4,28) = 2,79 e p < 0,05) apresentaram redução da imobilidade no nado forçado, sugerindo efeito antidepressivo. No campo aberto, as doses diosgenina 25mg/kg (n = 6; Média = 16,33; EPM = 2,59; F(5,33) = 20,53 e p < 0,001) e 50mg/kg (n = 6; Média = 23; EPM= 4,65; F(5,33) = 20,53 e p < 0,001), solasodina 10mg/kg (n = 6; Média = 16,5; EPM = 3,93; F(4,28) = 58,82 e p < 0,001) e 50mg/kg (n = 6; Média = 2,67; EPM = 0,96; F(4,28) = 58,82 e p < 0,001) mostraram redução na freqüência de cruzamentos e levantamentos. Esses dados sugerem que tanto a solasodina quanto a diosgenina podem se constituir em uma alternativa no tratamento da depressão.