SBNeC 2010
Resumo:J.057


Poster (Painel)
J.057EFEITOS DA PRIVAÇÃO MATERNA POR 24 h NOS COMPORTAMENTOS EMOCIONAL E TIPO-ANSIOSO DE RATOS ADULTOS
Autores:Viviane Côrtes Ceschim (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Paula Ayako Tiba (UFABC - Universidade Federal do ABCUNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Deborah Suchecki (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

INTRODUÇÃO: Traumas na infância e⁄ou adolescência constituem fator de risco para o desenvolvimento de diversas desordens psiquiátricas, como as de ansiedade. Entre as diversas estratégias para se estudar os efeitos de experiências estressantes no início da vida do rato, pode-se citar a privação do filhote da mãe por 24 h, durante o período neonatal. Quando esta manipulação é realizada entre os dias pós-natais (DPN) 3 e 4 resulta em um hiper-responsividade ao estresse na idade adulta, enquanto que essa mesma manipulação entre os DPN 11 e 12 resulta em hiporresponsividade. Ademais, sabe-se que o choque inescapável nas patas, um estressor muito utilizado, é capaz de promover várias alterações comportamentais, como por exemplo, aumento do comportamento tipo-ansioso. OBJETIVOS: O objetivo foi avaliar se um estresse na infância (privação da mãe por 24 h) e um evento traumático na adolescência (choque intenso inescapável nas patas) produzem, isolada ou conjuntamente, alterações nos comportamentos social e tipo-ansioso, na vida adulta. MÉTODO: Os animais foram privados da mãe por 24 h entre os DPN 3 e 4 (PM3), entre os DPN 11 e 12 (PM11) ou não passaram por nenhuma manipulação (CTL). Entre os DPN 30 e 34 (adolescência), os animais foram colocados em uma caixa de condicionamento, onde metade deles recebeu um choque nas patas de 2 mA, por 10 s (CH – CTL: n=9; PM3: n=9; PM11: n=7) e a outra metade, não (NCH – CTL: n=8; PM3: n=7; PM11: n=6). Quando adultos (entre os DPN 80 e 100), estes animais foram avaliados no campo aberto, aos pares com animais “naïve”, para medir a interação social (tempo de “allogrooming”, “sniffing” e investigação genital) e ambulação, central e periférica. RESULTADOS: Na adolescência, o peso dos animais PM3 foi menor do que o dos CTL e PM11 (CTL: 88,42±13,37; PM3: 77±8,46∗; PM11: 85,44±9,89). Mas, quando adultos, essa diferença desapareceu. Não houve diferença na interação social dos animais. A ambulação dos animais PM11 NCH no centro do campo aberto foi maior do que a dos animais PM3 NCH (PM3 NCH: 25,57±8,72; PM11 NCH: 66,83±9,42◊). Essa mesma diferença também foi observada na ambulação total no campo aberto (PM3 NCH: 132,86±23,92; PM11 NCH: 238,83±25,83◊). Além disso, observou-se uma correlação média e positiva entre o tempo total de interação social e a ambulação total dos animais, no campo aberto (r = 0,53). ∗: diferente dos grupos CTL e PM11 e ◊: diferente do grupo PM3 NCH. ANOVA seguida de Newman-Keuls, p≤0,05. CONCLUSÃO: A privação materna causou alterações duradouras, mas não permanentes, no peso dos animais PM3. Além disso, o comportamento social dos animais não foi influenciado pela privação materna ou pelo evento traumático na adolescência. Com relação à ansiedade, os animais PM11 NCH apresentaram menor comportamento tipo-ansioso do que os PM3 NCH. APOIO FINANCEIRO: FAPESP, AFIP.


Palavras-chave:  Ansiedade, Choque nas patas, Interação Social, Privação Materna