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J.063 | AÇÃO DO PCPA, INIBIDOR DA SÍNTESE DE SEROTONINA, SOBRE O EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO ÓLEO DE PEIXE | Autores: | Marina Sonagli (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Conrado Regis Borges (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Lucélia Catani (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Marja Carolina Rufino dos Santos (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Ana Márcia Delattre (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Bárbara do Nascimento (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Roseli Boerngen de Lacerda (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Anete Curte Ferraz (UFPR - Universidade Federal do Paraná) |
Resumo Objetivos: Estudo prévio desenvolvido em nosso laboratório demonstrou no teste de natação forçada modificado um envolvimento do sitema serotoninérgico no efeito antidepressivo do óleo de peixe. O objetivo desse trabalho foi continuar esta investigação sobre o efeito antidepressivo do DHA e do EPA, presentes no óleo de peixe, em ratos wistar. Para tanto, os animais receberam p-clorofenilanina (PCPA), um inibidor da síntese de serotonina, e o seu comportamento avaliado através dos testes de natação forçada modificado e campo aberto.
Métodos: Foram usados 40 ratos wistar machos com idade de 21 dias que foram divididos em dois grupos: o grupo óleo de peixe (OP, n=20) e o grupo controle (C, n=20). O grupo OP recebeu suplementação diária com 3g/kg v.o. de mistura de óleo de peixe (composto contendo 12% de DHA, 18% de EPA e antioxidante tocoferol) dos 21 dias até os 90 dias de idade e o grupo C recebeu apenas ração para ratos. Ao final deste período, eles foram subdivididos em quatro grupos de 10 ratos para o tratamento com PCPA (150mg/kg i.p.): grupo OP+PCPA (OP PCPA); OP+ salina (OP S); C+PCPA (C PCPA); C+ salina (C S). Após, eles foram submetidos aos testes comportamentais. Os dados foram analisados pelo teste de Duncan precedido por ANOVA de duas vias.
Resultados: No teste de natação forçada modificado, o grupo OP apresentou menor número de episódios de imobilidade em relação aos demais grupos (ANOVA F(1,39)=9,39; p ≤ 0,01), enquanto que o grupo OP PCPA reverteu este efeito (ANOVA F(1,39)=43,01; p<0,0001). A frequência de natação apresentada pelo grupo OP foi significativamente maior comparado aos outros grupos (ANOVA F(1,39)=9,10; p ≤ 0,004), ao contrário dos grupos tratados com PCPA (ANOVA F(1,39)=96,08; p ≤ 0,0001). No comportamento de escalada não houve diferença significativa entre os grupos com relação à suplementação com óleo de peixe (ANOVA F(1,39)=2,46; p<0,12) e ao tratamento com PCPA (ANOVA F(1,39)=0,007; p<0,93). No teste do campo aberto a atividade motora dos animais não foi significativamente diferente entre os grupos quanto aos quadrantes percorridos (ANOVA, F(3,39)= 0,34; p=0,79) nem quanto à exploração vertical (ANOVA, F(3,39)= 0,90; p=0,96).
Conclusão: O óleo de peixe apresenta efeito antidepressivo no teste da natação forçada modificado ao diminuir a frequência de imobilidade e sugere envolvimento do sistema serotoninérgico ao aumentar os episódios de natação. O uso de PCPA neste teste confirmou o envolvimento serotoninérgico na ação antidepressiva desencadeada pelo óleo de peixe.
Palavras-chave: ácidos graxos poliinsaturados, depressão, óleo de peixe, PCPA, serotonina |