SBNeC 2010
Resumo:J.187


Poster (Painel)
J.187AVALIAÇÃO DOS EFEITOS COMPORTAMENTAIS E NEUROQUÍMICOS DA MINOCICLINA EM MODELO DE ISQUEMIA CEREBRAL EM RATOS
Autores:Giovany Michely Pinto da Cruz (FMJ - Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte) ; Antônio Germano Gomes de Carvalho (FMJ - Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte) ; Glauce Socorro Barros Viana (FMJ - Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte)

Resumo

Objetivo: Investigar as alterações comportamentais e neuroquímicas causadas pela isquemia cerebral global transitória em ratos não tratados e tratados com Minociclina (mino). Métodos: Utilizamos ratos Wistar, machos (200-250g, 7 a 14 animais por grupo), distribuídos nos seguintes grupos: N+M50 (animais não operados e tratados com mino (dose de 50 mg/kg/dia)); FO+H2O (animais operados, não isquemiados e tratados com água destilada, controle negativo); ISQ+H2O (animais isquemiados e tratados com água destilada, controle positivo); ISQ+M25 e ISQ+M50 (animais isquemiados e tratados com mino (doses de 25 e 50 mg/kg/dia, respectivamente)). Os animais foram anestesiados com a associação de Ketamina (60 mg/kg) e Xilazina (10 mg/kg), intra-peritoneal (i.p.) e submetidos à cirurgia para acesso e oclusão das artérias carótidas comuns por 30 min. O tratamento diário com minociclina i.p. iniciou-se 30 min antes da oclusão e estendeu-se por 10 dias. O grupo isquemiado e não tratado (controle positivo) recebeu água destilada i.p. nas mesmas condições do grupo tratado. Já o controle negativo foi submetido ao mesmo estresse cirúrgico do grupo isquemiado, exceto à oclusão das carótidas. Os dados foram analisados por ANOVA, com o teste Student-Newman-Keuls como post hoc. Resultados: Nos grupos isquemiados e tratados com mino, houve reversão significativa, de modo dose-dependente, das alterações na atividade locomotora espontânea causadas pela isquemia cerebral e avaliadas pelo teste do Campo Aberto (nº de cruzamentos em 5 min de observação; N+M50 = 13,5 ± 1,06; FO+H2O = 11,5 ± 0,88; ISQ+H2O = 4,2 ± 0,69; ISQ+M25 = 9,1 ± 0,92; ISQ+M50 = 11,6 ± 1,16). A neuroproteção pela mino nas funções cognitivas foi avaliada pelos testes de Esquiva-Passiva (memórias recente e tardia) e Labirinto Aquático (memória espacial). Aqui também verificamos que, no grupo isquemiado e tratado, houve reversão do déficit cognitivo no processo de aprendizagem (N+M50 = 300 ± 0,0s; FO+H2O = 293,7 ± 4,36s; ISQ+H2O = 107,6 ± 30,08s; ISQ+M25 = 183,3 ± 41,72s; ISQ+M50 = 260,2 ± 27,05s), mas não na consolidação da memória. Além disso, a droga reverteu significativamente o déficit relacionado à memória espacial no grupo isquemiado e tratado com relação ao controle positivo (N+M50 = 16,3 ± 2,31s; FO+H2O = 13,4 ± 2,44s; ISQ+H2O = 43,9 ± 2,22s; ISQ+M25 = 16,2 ± 4,46s; ISQ+M50 = 10,6 ± 1,93s). Nos níveis de monoaminas estriatais, medidos por HPLC, verificamos um aumento significativo de norepinefrina no grupo N+M50, que não apareceu nos demais grupos. Já nos níveis de dopamina encontramos uma elevação significativa nos grupos isquemiados e tratados (N+M50 = 2831 ± 278,1 ng/grama de tecido; FO+H2O = 3091 ± 419,9 ng/g; ISQ+H2O = 1895 ± 195,3 ng/g; ISQ+M25 = 4104 ± 214,9 ng/g; ISQ+M50 = 4887 ± 430,7 ng/g). A droga reverteu também as reduções nos níveis dos metabólitos da dopamina, ácido 3,4-diidroxifenilacético (DOPAC) e ácido homovanílico (HVA), induzidas pós-isquemia. Conclusões: A minociclina apresenta efeito neuroprotetor neste modelo de lesão cerebral, revertendo, de maneira dose-dependente, as alterações locomotoras, de aprendizagem e as reduções associadas à isquemia global transitória, dos níveis centrais de dopamina e seus principais metabólitos.


Palavras-chave:  Aprendizagem e Memória, Dopamina, Isquemia, Minociclina, Neuroproteção