SBNeC 2010
Resumo:A.003


Prêmio
A.003LESÃO DA MONOCAMADA DE CÉLULAS DE RETINA DE GALINHA EM CULTURA: PAPEL DE RECEPTORES P2 NO CRESCIMENTO DE CÉLULAS GLIAIS.
Autores:Mariana Siqueira de Oliveira (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Karina Lima Tôsto (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Guilherme Rapozeiro França (UFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFF - Universidade Federal Fluminense) ; Ana Lúcia Marques Ventura (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

Objetivo: Após lesão, a glia de Muller da retina é capaz de proliferar e sofrer alterações morfológicas e na expressão de genes, um processo conhecido como gliose reativa (Nature Neurosci. 3(9), 2000). Neste trabalho, investigamos a proliferação celular e as mudanças morfológicas dependentes de nucleotídeos após lesão de culturas de células de retina cultivadas em monocamada. Métodos e Resultados: Cultura de células de retinas de embriões com 8 dias (E8) cultivadas por 7 dias (E8C7), foram lesadas com uma ponteira de micropipeta, gerando uma região desprovida de células. Recobrimento significativo da área de lesão foi detectado entre o 1º e o 4º dia após a lesão. Nos dias 1, 2, 3 e 4 após a lesão, as áreas livres de células em mm2 x 102 ± EPM foram de 22.38 ± 0.99, 18.11 ± 0.87, 13.56 ± 0.69, 7.57 ± 0.89 e 5.35 ± 1.24, respectivamente. Após 3 dias de lesão de culturas em E8C7, somente células com morfologia glial foram detectadas na área de lesão. O tratamento de culturas lesadas em E8C7 com Apirase 5 U/mL, uma enzima que promove hidrólise de ATP em AMP inibiu significativamente o crescimento celular sobre a área livre de células em 60, 57 e 73%, após 1, 2 e 3 dias de tratamento, respectivamente. O tratamento de culturas lesadas em E8C7 com os inibidores de receptores P2 também resultou numa inibição do recobrimento de lesão após 3 dias de tratamento. As áreas livres de células, em mm2 x 102 ± EPM foram de: Controle = 3,37 ± 0,29; suramina = 13,4 ± 0,61; PPADS = 7,95 ± 0,90; RB-2 = 15,9 ± 0,37. Um aumento na incorporação de BrdU foi observado nas culturas submetidas à lesão. Em % de núcleos BrdU+ / DAPI+ ± EPM: culturas não lesadas = 100 ± 9.12; área de lesão = 310 ± 23.3; área distante 5 mm da lesão = 156 ± 13.44. Este aumento foi inibido pelo antagonista RB-2, tanto na borda da área livre de células, quanto nas áreas distantes 5 mm da lesão (no de células BRDU+/DAPI+ ± EPM: controle = 0.03 ± 0.0027; 5 mm = 0.045 ± 0.005; área de lesão = 0.09 ± 0.007; 5 mm + RB-2 = 0.027 ± 0.002; área de lesão + RB-2 = 0.04 ± 0.006; n = 2). Além dos antagonistas P2, dantrolene (50 µM), um inibidor da mobilização de cálcio intracelular, também foi capaz de inibir o crescimento celular (área livre de células em mm2 x 102 ± EPM: Controle: Dia 0: 22.07 ± 3.569; dia 1: 17.70 ± 2.754; dia 2: 7.707± 2.774; dia 3: 1.740± 2.012; Dantrolene: Dia 0: 23.73± 1.523; dia 1: 20.14± 3.924; dia 2: 15.38 ± 4.542; dia 3: 6.603 ± 5.683). Experimentos de imunocitoquímica revelaram uma marcação consistente para o receptor P2Y1 em células gliais situadas na área de lesão em culturas submetidas à lesão em E8C7 e cultivadas por 2 dias. Conclusões: Estes resultados sugerem que lesões de culturas de células de retina na forma de monocamada são capazes de induzir o crescimento e a proliferação de células gliais sobre a área lesada através de um mecanismo dependente de cálcio intracelular e ativação de receptores de nucleotídeos, muito provavelmente do tipo P2Y1.


Palavras-chave:  Retina de galinha, Lesão celular, Receptor P2, Proliferação