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A.015 | Terapia celular em modelo de lesão cerebelar: modulação da expressão e função do gangliosídeo 9-O-acetil GD3. | Autores: | Michelle Bargas Rega (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Camila Zaverucha do Valle (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Fernanda de Souza Valente Gubert (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Jasmin Ferreira (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Karen Lopes Vianna (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Roosalia Mendez Otero (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Marcelo Felippe Santiago (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) |
Resumo O gangliosídeo 9-O-acetil GD3 é altamente expresso durante o desenvolvimento do sistema nervoso, e sua expressão é correlacionada à migração neuronal e extensão neurítica. No animal adulto, a expressão deste gangliosídeo persiste somente em regiões restritas como o cerebelo e a retina. Além disso, foi observado o aumento da expressão desse gangliosídeo em modelo de lesão do nervo ciático. Neste trabalho pretendemos caracterizar a expressão do gangliosídeo 9-O-acetil GD3 em um modelo de lesão cerebelar. Além disso, pretendemos avaliar se o transplante de células mononucleares de medula óssea altera o padrão de expressão do 9-O-acetil GD3 e/ou promove melhora funcional nos animais lesados. Utilizamos ratos adultos, entre três e cinco meses de idade, da variedade Lister-hooded que foram divididos nos seguintes grupos experimentais: animais que não sofreram nenhum tipo de intervenção cirúrgica (Controle); animais que receberam injeções na jugular contendo somente veículo (Sham); animais que foram submetidos à lesão cerebelar e receberam as injeções contendo apenas o veículo (Lesados); e animais que sofreram a lesão e receberam células da fração mononuclear de medula óssea (tratados). A lesão cerebelar foi realizada através de coordenadas estereotáxicas de forma a lesar o cerebelo entre o vérmis e o hemisfério direito. Quatro horas após a lesão, os animais tratados receberam edovenosamente trinta milhões de células mononucleares de medula óssea que foram obtidas previamente através de um gradiente de ficoll. Já os animais do lesados receberam apenas 500µL de salina. Para análise imunohistoquímica os animais foram perfundindos com paraformaldeído à 4% e seus cerebelos processados para a análise 3, 7 ou 21 dias após a lesão. Antes de serem sacrificados, os animais de todos os grupos experimentais foram submetidos ao teste do cilindro para avaliar o desempenho motor nos mesmos tempos de sobrevida. Utilizamos o mAb Jones que reconhece o gangliosídeo 9-O-acetil GD3, permitindo assim, a caracterização da expressão desse gangliosídeo por técnicas imunohistoquímicas e bioquímicas. Nossos resultados indicam que sete dias após a lesão existe uma supra-regulação de aproximadamente 40% da expressão do gangliosídeo 9-O-acetil GD3, principalmente na camada molecular do cerebelo. Após 21 dias essa expressão volta aos níveis normais. Através de duplas marcações demonstramos que a expressão desta molécula está associada com as fibras de glia de Bergmann e com as células de Purkinje. O transplante intravenoso de células da fração mononuclear da medula óssea causou uma melhora no desempenho motor dos animais subemtidos ao teste do cilindro e uma diminuição na expressão do gangliosídeo 9-O-acetil GD3 após 7 dias de lesão. Através desses resultados, é possível sugerir um possível papel desta molécula na modulação de processos de plasticidade/regeneração no sistema nervoso central.
Palavras-chave: cerebelo, 9-O-acetil GD3, regeneração, terapia celular, cerebelo |