SBNeC 2010
Resumo:J.037


Prêmio
J.037EFEITOS CITOPROTETORES DO EXTRATO AQUOSO DE FOLHAS DE MOGNO (Swietenia macrophylla) EM MODELO IN VITRO DE EXPOSIÇÃO MERCURIAL
Autores:Dielly Catrina Favacho Lopes (USP - Universidade de São Paulo) ; Paulo Roberto da Costa Sá (LABCROL - UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Arnaldo Jorge Martins Filho (LANEX - UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Milton Nascimento Silva (LABCROL - UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Elizabeth Sumi Yamada (LANEX - UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Edmar Tavares da Costa (LANEX - UFPA - Universidade Federal do Pará)

Resumo

Objetivos: Utilizar modelo in vitro de neurodegeneração induzida por metilmercúrio a fim de investigar possíveis efeitos citoprotetores do extrato aquoso de folhas de mogno, contendo elevada composição de compostos antioxidantes. Métodos: A toxicidade associada à exposição ao MeHg foi avaliada em culturas mistas cerebelares de ratos neonatos Wistar (P5-P7), através do ensaio colorimétrico do MTT. Culturas mistas derivadas de cerebelo de ratos neonatos foram expostas a concentrações crescentes de MeHg (10 nM, 100 nM, 1-10 uM) a partir do 8º dia in vitro (DIV) por 12h, 24h, 3 e 5 dias. Adicionalmente, foram utilizadas culturas mistas expostas agudamente (6 uM, por 24 horas) ou subcronicamente ao MeHg (3 uM, por 3 dias) para investigar possível alteração dos efeitos deletérios do MeHg com adição de extrato aquoso de folhas de mogno em 3 diferentes paradigmas de exposição (pré-, concomitante e pós-exposição ao MeHg). Resultados: Corroborando resultados da literatura com a utilização de compostos mercuriais em modelos in vitro e in vivo de neurodegeneração, a exposição de culturas mistas cerebelares ao MeHg resultou em evidente perda celular dependente de tempo de exposição e de concentração. Como exemplo, exposição de culturas por 12h resultou em perda celular significativa a partir de 7 uM (25,8 ±5,0%). Aumentando-se este tempo de exposição para 24h a viabilidade celular foi reduzida a partir de 5 uM (22,6 ±3,6%). Exposição por 3 dias resultou em perda celular a partir de 1 uM (29,5 ±3,3%) e exposições de 5 dias a perda celular foi significante a partir de 10 nM (20,3 ±4,0%). Em experimentos com exposição aguda ao MeHg (6 uM, 24 horas) não foram observadas alterações significativas resultantes da exposição concomitante ao extrato aquoso de folhas de mogno. Por outro lado, experimentos subsequentes com exposição subcrônica ao MeHg (3 uM, 3 dias) e adição concomitante do extrato aquoso de folhas de mogno resultaram em evidente proteção ante a perda celular induzida por MeHg, restaurando os valores de viabilidade celular para valores próximos aos valores controles (MeHg: 58,2 ±1,0%; MeHg + Mogno 10 mg/ml: 82,7 ±4,6%; MeHg + Mogno 50 mg/ml: 90,5 ±4,4%; MeHg + Mogno 100 mg/ml: 92,9 ±1,7%). Ainda, em exposição subcrônica ao MeHg, estratégias de pré-exposição com extrato de mogno resultaram em efeitos mais discretos (MeHg: 50,5 ±1,9%; MeHg + Mogno 10 mg/ml: 71,6 ±3,1%; MeHg + Mogno 50 mg/ml: 79,1 ±3,9%; MeHg + Mogno 100 mg/ml: 66,5 ±3,2%), enquanto que a pós-exposição não resultou em efeitos significativos ante a exposição ao MeHg. Conclusões: Estes resultados confirmam a capacidade deletéria do MeHg sobre células cerebelares de maneira dependente de concentração e tempo de exposição, ao mesmo tempo em que sugerem serem estes efeitos mediados por mecanismos oxidativos, a julgar pela capacidade de reversão destes efeitos com a utilização do extrato aquoso de folhas de mogno, quimicamente constituído de compostos fenólicos e flavonóides com alta atividade antioxidante. Instituições de fomento: CAPES e SEDECT (PA).


Palavras-chave:  Antioxidante, Células cerebelares, Mercúrio, Mogno