Oral / Poster
J.159 | EFEITOS DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL SOBRE O COMPORTAMENTO MOTOR EM RATOS JOVENS SUBMETIDOS À HIPÓXIA-ISQUEMIA NEONATAL. | Autores: | Bruna Ferrary Deniz (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Rafael Goldani (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Patrícia Maidana Miguel (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Joseane Jiménez Rojas (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Lenir Orlandi Pereira (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Carlos Alexandre Netto (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) |
Resumo Objetivos: Estudos anteriores demonstraram o efeito neuroprotetor do ambiente enriquecido (AE) sobre aspectos cognitivos em ratos submetidos à hipóxia-isquemia (HI) neonatal, porém poucos estudos abordam o déficit motor gerado pela HI. Nosso estudo abordará, portanto, o comportamento motor de ratos submetidos à HI e estimulados pelo EA.
Métodos: Ratos Wistar, machos e fêmeas, com 7 dias de vida foram submetidos à HI, onde ocluiu-se a carótida esquerda e realizou-se a hipóxia por 90 minutos. Eles foram separados em 4 grupos: controle mantido em ambiente padrão (CTAP, n=23), grupo controle estimulado em ambiente enriquecido (CTAE, n=25), grupo HI mantido em AP (HIAP, n=24) e grupo HI mantido em AE (HIAE, n=20). A partir do 8° até o 30° realizou-se o enriquecimento ambiental mantido, no qual os animais permaneciam todo o tempo em gaiolas de AE, na presença da mãe. Após o desmame e separação por sexo, do 31° ao 42° dia, passou-se a realizar o enriquecimento ambiental diário por 60 minutos, 6 vezes por semana. No 43° dia iniciou-se os testes comportamentais. Realizou-se o Rota Rod e o teste da suspensão na barra. Neste, os animais tinham um máximo de 60 segundos para permanecerem suspensos pelas patas dianteiras e avaliando-se a latência de queda e o deslocamento na barra. Os dois testes foram realizados por 3 dias consecutivos.
Resultados: Na análise dos testes comportamentais separamos machos e fêmeas. No teste do Rota Rod, verificou-se uma menor latência de queda nos machos do grupo HIAP em comparação com o CTAP no dia 2 (HIAP: 101±22; CTAP: 230±24) e no dia 3 (HIAP: 85±24; CTAP: 246±26), evidenciando o déficit motor gerado pela HI. Não houve diferenças significativas entre os grupos HIAE e CTAP nos 3 dias de teste do rota Rod em machos, indicando uma melhora do desempenho motor devido ao ambiente enriquecido. Porém, também não foram identificadas diferenças significativas entre os grupos HIAP e HIAE nos 3 dias, indicando que a melhora é parcial. Entre as fêmeas, a análise dos resultados indicou a presença de uma curva de aprendizagem nos grupos CT e HIAE (médias das latências aumentaram ao longo dos 3 dias), no entanto, essa evidência de aprendizado não é observada no grupo HIAP entre os dias 1(159±25), 2 (157±29) e 3 (166±24). Mais uma vez, podemos verificar os efeitos da HI e do EA. No teste da barra dos machos em relação à variável latência de queda, observamos diminuição significativa no grupo HIAP em relação ao CTAP nos dias 2 (HIAP:35±5; CTAP: 47±5) e 3 (HIAP:22±5; CTAP:45±5), também observamos essas diferenças em relação à variável deslocamento nos dias 2 (HIAP:0,2±0,2; CTAP:1,2± 0,2) e 3 (HIAP:0,2±0,2; CTAP:0,7±0,2), indicando os efeitos da HI. Novamente, não houve diferenças entre os grupos HIAE e CTAP tanto em relação à variável latência de queda quanto em relação ao deslocamento nos dias 1, 2 e 3, indicando melhora pelo EA. Também não houve diferenças significativas entre os grupos HIAE e HIAP, indicando que a melhora pelo EA é parcial. Entre as fêmeas não foi evidenciado os feitos nem da HI, nem do EA para ambas as variáveis.
Conclusões: A hipóxia-isquemia neonatal causa prejuízo da função motora em ratos machos e fêmeas e o enriquecimento ambiental resulta em uma recuperação parcial desse déficit.
Apoio financeiro: CNPq
Palavras-chave: comportamento motor, enriquecimento ambiental, hipóxia-isquemia |