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J.107 | Efeitos neuroprotetores do coumestrol contra a morte celular induzida por isquemia cerebral global em ratos. | Autores: | Cibele Canal Castro (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Aline de Souza Pagnussat (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Fabricio Simão (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Paulo Worm (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Lenir Orlandi Pereira (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Leonardo Crema (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Juliana Ellwanger (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Anne Etgen (AECOM - Albert Einstein College of Medicine) ; Carlos Alexandre Netto (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) |
Resumo A isquemia global causa morte neuronal seletiva e déficits neurológicos tardios em ratos, e diversos trabalhos demonstram que o estradiol promove neuroproteção em modelos experimentais em isquemia global e focal. Os fitoestrógenos são micronutrientes estruturalmente similares ao estradiol e, dentre esses, o coumestrol tem recebido muita atenção e interesse devido a sua atividade antioxidante e estrogênica, e por ser um potente isoflavonóide com afinidade por receptores ER-alfa e ER-beta comparáveis àquelas do 17-beta-estradiol. O presente estudo teve o objetivo de examinar a possível atividade neuroprotetora do coumestrol administrado pré e pós isquemia cerebral global induzida em ratos.
Ratas fêmeas adultas foram ovarectomizadas sete dias antes da cirurgia de isquemia cerebral global (oclusão de quarto vasos) ou da cirurgia-controle. O experimento envolveu seis grupos experimentais: sham + veículo, sham + coumestrol, sham + estradiol, isquemia, isquemia + coumestrol, isquemia + estradiol, isquemia + veículo; foram incluídos 5 animais por grupo. A administração de coumestrol e estradiol foi na dose de 20ug/ul, ou veículo, por via intracerebroventricular (icv) 1h pré isquemia ou imediatamente após o evento (0h). Após transcorridos sete dias da isquemia, os animais foram sacrificados para análise histológica com o objetivo de realizar a contagem de células sobreviventes na região CA1 do hipocampo. A análise histológica demonstrou uma diferença significativa entre o grupo isquemia e o grupo sham quanto ao número de células sobreviventes em CA1, indicando uma diminuição no número de células no grupo isquemia. Houve diferença significativa igualmente entre o grupo coumestrol-isquemia e o grupo isquemia e entre o grupo estradiol-isquemia e o grupo isquemia, indicando uma neuroproteção parcial promovida por esses dois compostos (p<0,001). Esses resultados indicam que a administração de coumestrol e estradiol, tanto pré quanto pós isquemia, promoveram neuroproteção parcial na região CA1 após insulto isquêmico global de 10 minutos. Como o coumestrol tem afinidade pelo receptor ER-beta semelhante à do estradiol, sugerimos que seu efeito seja devido a ativação de vias de sinalização neuroprotetoras e ligadas a este receptor. Assumindo que o coumestrol exerce atividade antioxidante, além da estrogênica, esses resultados indicam que o coumestrol pode ser uma possível alternativa para o tratamento da isquemia cerebral global.
Palavras-chave: isquemia global, coumestrol, estradiol, neuroproteção, morte neuronal |