SBNeC 2010
Resumo:J.031


Prêmio
J.031Exposição neonatal ao etanol afeta a lateralidade no comportamento rotacional em teste de nado livre e o desempenho no teste de esquiva inibitória de camundongos pré-púberes.
Autores:Juliana Oliveira (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; Danielle Paes Branco (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; Yael Abreu Villaça (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; Alex C. Manhães (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; Cláudio Carneiro Filgueiras (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROUERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO)

Resumo

A exposição ao etanol durante o desenvolvimento provoca uma série de distúrbios neurocomportamentais que perduram pela vida do indivíduo. Estudos recentes em humanos e outros primatas sugerem que a exposição precoce ao etanol afeta o estabelecimento das assimetrias cerebrais. Considerando que a alteração do padrão normal de assimetrias pode comprometer a função cerebral, é possível que esta ação tenha um importante papel na neuroteratogenicidade do etanol. Neste estudo avaliamos a lateralidade rotacional em teste de nado livre e o aprendizado e memória de camundongos Suíços pré-púberes expostos ao etanol durante o período equivalente ao terceiro trimestre da gestação humana. Para tanto, os animais receberam em P2 (P1 = dia do nascimento), P4, P6 e P8 uma injeção ip de 5g/Kg de etanol (grupo ETOH, 36 fêmeas e 33 machos provenientes de 8 ninhadas) ou solução salina (grupo SALINA, 41 fêmeas e 34 machos provenientes de 8 ninhadas). Também foram utilizados animais não injetados (grupo NORMAL, 35 fêmeas e 37 machos provenientes de 8 ninhadas). Em P32, o comportamento rotacional foi avaliado em uma sessão de 5 minutos de nado livre. Para tanto, cada camundongo foi colocado em um recipiente cilíndrico (diâmetro = 21cm, altura = 23cm) com 16cm de água a uma temperatura em torno de 25°C. A partir das contagens do número de deslocamentos de 30º em cada sentido (direita = D; esquerda = E), foram calculados o número total de deslocamentos (D+E)e o percentual de deslocamentos para a direita (%D) ao longo de quatro intervalos de 75 segundos. O %D foi usado para avaliar, conjuntamente, a direção e a magnitude da lateralidade rotacional. O teste da esquiva inibitória foi realizado em uma caixa (25x30 cm) com uma plataforma circular (diâmetro = 6,5cm, altura = 2cm) posicionada centralmente sobre uma grade metálica. Em P34, os animais foram individualmente colocados sobre a plataforma e assim que colocavam as quatro patas na grade metálica, recebiam um choque de 0,2 mA durante 2 s (1ª sessão = S1). Após 1,5h ou 3h (S2)e 24h (S3) os animais foram recolocados sobre a mesma plataforma, porém sem receber o choque. Em todas as sessões, a latência para descida da plataforma foi medida. ANOVAs de repetição foram realizadas com os valores das médias de ninhada calculadas separadamente para machos e fêmeas. Os fatores de classificação foram o sexo e o tratamento. Os fatores medidos repetidamente para o nado livre e para a esquiva inibitória foram, respectivamente, o intervalo de tempo e a sessão experimental. No teste de nado livre, o grupo ETOH mostrou uma redução significativa no %D (21 + - 12) ao longo dos quatro intervalos de tempo que não foi observado nos animais dos grupos SALINA (-2 + - 7) e NORMAL (-5 + - 5) [F = 3,0; gl = 6/96; p < 0,05]. No teste de esquiva inibitória, o aumento na latência de S1 para S2 foi menos acentuado no grupo ETOH (46 + - 15s) do que nos grupos SALINA (116 + - 6 s) e NORMAL (101 + - 17s) [F = 4,5; g.l. = 4/26; P = 0,01]. Não foram observadas diferenças entre S2 e S3. Nossos dados mostraram que a exposição ao etanol no período equivalente ao terceiro trimestre de gestação humana afetou a lateralidade rotacional e o aprendizado e memória de camundongos pré-púberes. Desta forma, é possível que os déficits neurocomportamentais induzidos pela exposição precoce ao etanol estejam associados a alterações no padrão de assimetrias cerebrais.


Palavras-chave:  neonatal, etanol, comportamento