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J.145 | Terapia com células de medula óssea em modelo animal de Esclerose Lateral Amiotrófica | Autores: | Fernanda Ribeiro Figueiredo (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Deivid Rodrigues (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Fernanda de Mello E Souza Valente Gubert (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Rosalia Mendez Otero (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) |
Resumo A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal, caracterizada pela degeneração dos neurônios motores, responsáveis pelo controle dos movimentos dos músculos. A etiologia da maioria dos casos de pacientes portadores de ELA é desconhecida, mas 2% deles envolvem mutações na ezima Cu/Zn superóxido dismutase-1 (SOD-1). Os casos esporádicos e familiares de ELA produzem marcadores patológicos similares, incluindo: fraqueza muscular progressiva, atrofia e espasticidade. A denervação dos músculos respiratórios e do diafragma é geralmente o evento fatal. Apesar de uma grande esforço, um número limitado de opções terapêuticas foram estabelecidas para reduzir o curso da doença.
As células-tronco tem a capacidade de se auto-renovar e de produzir diferentes tipos celulares, por isso existe a possibilidade de utilizá-las como terapia em doenças neurológicas. As células-tronco de medula óssea (CTMO), além da sua capacidade de diferenciação, possuem fácil acesso e, por isso, são as mais estudadas para terapias celulares. Essas células tem se mostrado capazes de recuperar diversos tecidos lesados, como o coração e o cérebro. A injeção dessas células em pacientes portadores de ELA talvez venha a interferir na sobrevivência deles, prolongando seu tempo de vida.
Os objetivos desse trabalho são analisar a progressão da doença na linhagem de camundongos B6SJL – Tg(SOD1-G93A)1Gur, que carrega um alto número de cópias do alelo mutante humano SOD1, e o efeito da terapia com células de medula óssea nesses animais. Os animais devem ser primeiramente genotipados, sendo possível separar os animais que carregam o gene SOD1 humano mutado. Nesses animais quantificamos, através de reações imuno-histoquímicas, a degeneração dos motoneurônios, a ativação da microglia e a ativação de astrócitos na medula espinhal. Concomitantemente com a análise morfológica, a função motora desses animais também é analisada, através do “rotatory test”, do teste de “footprint” e de uma esteira.
Os resultados demonstram que os animais SOD1 com 17 semanas de vida apresentavam aproximadamente 33 motoneurônios no corno anterior da medula espinhal lumbar. Nesse período já era possível observar os sintomas da doença. Nos animais sem a mutação conseguimos observar aproximadamente 74 motoneurônios na mesma região, demonstrando uma diminuição significativa dos motoneurônios nos animais mutados. Na análise histológica é possível observar também, nesse mesmo período, um aumento significativo na ativação da microglia e dos astrócitos nos animais SOD1. A partir desses dados conseguimos determinar o período ideal para a injeção das CTMO. Além disso, como resultados preliminares, observamos uma melhora funcional nos animais que receberam a injeção de CTMO na medula espinhal lumbar em comparação com os animais que receberam a injeção de salina. Nossos resultados demonstram a importância de se estudar o potencial terapêutico das células de medula óssea em doenças neurodegenerativas, como a ELA. Palavras-chave: Esclerose Lateral Amiotrófica, Terapia Celular, CTMO |