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J.113 | DIFERENÇA ENTRE D-ANFETAMINA E M-ANFETAMINA: ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS E NEUROTOXICIDADE | Autores: | Jéssica Lopes Borges (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Samira da Silva Valvassori (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Amanda Valnier Steckert (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Gustavo Feier (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Camila Leite Ferreira (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Roger Varela (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Edemilson Mariotti (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Felipe Ornel (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Felipe Dal-pizzol (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; João Quevedo (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) |
Resumo A m-anfetamina (m-AMPH) e a d-anfetamina (d-AMPH) são drogas análogas de uso recreativo, sendo a m-AMPH considerada a que mais vicia. Os mecanismos neurobiológicos que possam explicar esta diferença ainda não estão elucidados. Estudos anteriores demonstram que a administração de d-AMPH (2mg/kg) em ratos leva a hiperatividade e causa dano oxidativo no cérebro. O objetivo deste trabalho foi comparar a administração de m-AMPH e d-AMPH sobre comportamento e parâmetros oxidativos no cérebro de ratos. Neste estudo foram utilizados ratos Wistar adultos machos com aproximadamente 60 dias de idade. Os animais receberam uma injeção intraperitoneal (i.p) diária de d-AMPH (2mg/kg), m-AMPH (0,25mg/kg, 0,5mg/kg, 1mg/kg e 2mg/kg) ou salina por 1 dia (agudo) e durante 14 dias (crônico) (n= 12 animais por grupo). Foram avaliadas a atividade locomotora através do teste do campo aberto e parâmetro de dano oxidativo no estriado dos ratos. A administração aguda e crônica das anfetaminas levou ao aumento da atividade locomotora dos animais quando comparados ao grupo controle tanto na administração aguda (salina: 37,72+1,67; d-AMPH 2mg/kg: 76,66+6,06; m-AMPH 0,25mg/kg: 83,83+4,82; m-AMPH 0,5mg/kg: 78,33+3,2; m-AMPH 1mg/kg: 92,33+4,59; m-AMPH 2mg/kg: 84,66+1,67; p< 0,001) quanto na administração crônica (salina: 40,5+ 4,77; d-AMPH 2mg/kg: 80+3,87; m-AMPH 0,25mg/kg: 71,7+5,7; m-AMPH 0,5mg/kg: 71,5+4,84; m-AMPH 1mg/kg: 81+5,19907; m-AMPH 2mg/kg: 81,46+3,07; p< 0,001). Não foram observadas diferenças comportamentais entre d-AMPH e m-AMPH em nenhuma das doses administradas. A injeção aguda de d-AMPH e m-AMPH nas doses de 0,5mg/kg, 1mg/kg e 2mg/kg causaram dano oxidativo em lipídios (Salina: 0,002185+0,000247056; d-AMPH 2mg/kg: 0,0062984+ 0,000362302; m-AMPH 0,5mg/kg: 0,0065544+0,000633096; m-AMPH 1mg/kg: 0,00816866+ 0,000485064; m-AMPH 2mg/kg: 0,0124642+0,000829; p< 0,001) e proteínas (salina: 0,0022019+0,00029869; d-AMPH 2mg/kg: 0,02829+0,000455; m-AMPH 0,5mg/kg: 0,085493+0,00066644; m-AMPH 1mg/kg: 0,0909743+0,00225577; m-AMPH 2mg/kg: 0,140955+0,0336187; p< 0,001) no cérebro dos ratos quando comparado com o grupo controle. O dano oxidativo em proteínas induzido pela m-AMPH nas doses de 1 e 2mg/kg foi duas vezes maior do que o dano induzido pela d-AMPH. A administração crônica das anfetaminas, em todas as doses, levou ao aumento do dano oxidativo em lipídios (Salina: 0,00128848+ 0,00009531; d-AMPH 2mg/kg: 0,0071094+0,000646; m-AMPH 0,25mg/kg: 0,00488943+0,000679754; m-AMPH 0,5mg/kg: 0,00725614+ 0,000234077; m-AMPH 1mg/kg: 0,00814752+0,000321651; m-AMPH 2mg/kg: 0,00972118+0,000027473; p< 0,001) e proteínas (Salina: 0,00228503+0,00032626; d-AMPH 2mg/kg: 0,00787136+0,0007577; m-AMPH 0,25mg/kg: 0,007678+0,000595335; m-AMPH 0,5mg/kg: 0,007794+0,00052943; m-AMPH 1mg/kg: 0,01098814+0,001437341; m-AMPH 2mg/kg: 0,019684+0,003911635; p< 0,001) no estriado. No entanto, m-AMPH na dose de 2mg/kg aumentou o dano oxidativo em lipídios e proteínas duas vezes mais que a d-AMPH. Nossos resultados sugerem que d-AMPH e m-AMPH causam dano oxidativo cerebral em ratos, podendo ser observado após uma única administração. Os resultados não demonstraram diferenças comportamentais entre as duas anfetaminas, porém este estudo revela que a m-AMPH induz dano oxidativo muito maior que a d-AMPH, mostrando diferenças neuroquímicas previamente desconhecidas.
Fomento: Univerdade Extremo Sul Catarinense Palavras-chave: dano oxidativo, d-AMPH, m-AMPH |