Oral / Poster
J.176 | EFEITOS DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL SOBRE O COMPORTAMENTO MOTOR E O APRENDIZADO EM RATOS SUBMETIDOS À HIPÓXIA-ISQUEMIA NEONATAL | Autores: | Joseane Jiménez Rojas (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Jaqueline Vieira Carletti (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Bruna Ferrary Deniz (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Patrícia Maidana Miguel (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Carlos Alexandre Netto (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Lenir Orlandi Pereira (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) |
Resumo A hipóxia-isquemia (HI) é causada pela oxigenação reduzida do sangue com dióxido de carbono aumentado (asfixia) e uma falta de perfusão tissular (isquemia). O encéfalo imaturo dos recém-nacidos é altamente suscetivel à hipóxia-isquemia quando comparado a encéfalos adultos. Entre as intervenções terapêuticas com o intuito de proteger o Sistema Nervoso Central (SNC) de lesões quando submetido à HI, encontra-se o enriquecimento ambiental. O objetivo deste estudo foi investigar parâmetros de função motora e aprendizagem em ratos adultos submetidos à hipóxia-isquemia neonatal e estimulados em ambiente enriquecido. Foram utilizados ratos Wistar de ambos sexos os quais foram divididos em quatro grupos experimentais: Grupo controle mantido em ambiente padrão (CAP n=15), Grupo controle em ambiente enriquecido (CAE n=16), Grupo HI em ambiente padrão (HIAP n=15) e Grupo HI em Ambiente Enriquecido (HIAE n=14). O procedimento de HI consistiu na oclusão da artéria carótida comum direita aos 7 dias pós-natal, e exposição a uma atmosfera com 8% de O2 e 92% de N2 durante 90 minutos. O enriquecimento ambiental diário iniciou aos 22 dias de vida e continuou durante 9 semanas, 6 dias por semana, 1 hora ao dia, em grupos de 7 a 10 animais. Seguiram-se os testes comportamentais: Exploração em campo-aberto e Esquiva inibitória. No teste de exploração em campo-aberto, quanto ao número de cruzamentos houve diferença significativa (p = 0,0035) entre os grupos controle em ambiente padrão (média = 2,31±0,567) e HI em ambiente padrão (média = 5,0±0,586). Ademais, houve diferença significativa (p = 0,0374) entre os grupos HI em ambiente padrão (média = 5,0±0,586) e HI em ambiente enriquecido (média = 3,14±0,606), o que denota, respectivamente, uma hiperatividade dos animais submetidos ao procedimento de hipóxia-isquemia, a qual foi revertida nos animais HI expostos ao Ambiente Enriquecido. Nos demais parâmetros avaliados neste teste (tempo de latência de saída do 1º quadrante, rearings e número de bolos fecais) não houve diferença significativa. No teste da Esquiva inibitória, no treino não houve diferenças significativas entre os grupos, ao contrário do teste (p = 0,0235). Os grupos HIAP (52,08±20,66) e HIAE (57,00±21,64)
obtiveram menor latência para descer da plataforma, comparando-se com o grupo CTAP 131,3021,69). Tal resultado representa um déficit na memória aversiva presente nos animais submetidos à HI, o qual não foi revertido com a estimulação em ambiente enriquecido. Estudos mais aprofundados, utilizando outros testes ou análises morfológicas, devem ser realizados a fim de confirmar essa hipótese. Frente ao exposto, pode concluir-se que a estimulação em Ambiente Enriquecido foi benéfica em reverter a hiperatividade observada nos casos de HI. No teste da Esquiva inibitória a estimulação em ambiente enriquecido mostrou-se ineficiente, não revertendo o déficit de memória aversiva causado pela hipóxia-isquemia.
Agência de fomento: CAPES. Palavras-chave: hipóxia-isquemia, enriquecimento ambiental, comportamento motor, aprendizado |