SBNeC 2010
Resumo:J.209


Poster (Painel)
J.209Avaliação dos efeitos anti-inflamatórios e antinociceptivos do ácido valpróico (AV) em modelos experimentais de edema de pata e no teste da formalina, em roedores
Autores:Kelly Rose Tavares Neves (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Jose Cristian Ximenes (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Emilio C Lima (FMJ - Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte) ; Rafaelly Maria Pinheiro Siqueira (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Danilo Oliveira Gonçalves (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Dayane Pessoa de Araujo (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Gilberto Santos Cerqueira (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Glauce Socorro Barros Viana (UFC - Universidade Federal do CearáFMJ - Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte)

Resumo

O ácido Valpróico (AV) é uma droga muito utilizada como anticonvulsivante e em distúrbios bipolares. A droga é também um inibidor de histona desacetilase (HDAC), enzima que regula a expressão gênica, modificando a estrutura da cromatina. Trabalhos recentes sugerem que inibidores da HDAC possam ser utilizados em terapêutica, no tratamento de doenças associadas a processos inflamatórios. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os possíveis efeitos anti-inflamatórios e antinociceptivos do AV. Para isto, utilizaram-se ratos machos Wistar (180 g) nos modelos de edema de pata induzido pela carragenina e dextrano, e camundongos machos (20 g) no teste da formalina. Nos modelos do edema de pata, os animais (6-10 por grupo) foram tratados com AV (Depakene, 10 a 25 mg/kg, p.o.) e, 1 h depois, foi administrado carragenina a 1% (0,1mL) ou dextrano a 1% (0,1 mL), na pata direita traseira do animal. Os volumes das patas (mL) foram determinados em pletismômetro, 1; 2; 3; 4 e 24 h após a administração da carragenina ou 1/2, 1, 2, 3 e 4 h após a administração do dextrano. Analisaram-se os dados por ANOVA e Student-Newmam-Keuls, como teste post hoc. Este projeto foi previamente submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa Animal da Universidade Federal do Ceará (número de protocolo 29/10). Os resultados mostraram que o AV (10 e 25 mg/kg, p.o.) inibiu, de modo significativo e dose dependente, o edema de pata induzido pela carragenina, com maior intensidade na 3ª. h (AV10: 1,7±0,09; AV25: 1,3±0,14), em relação ao grupo controle (2,3±0,14). Os efeitos foram semelhantes aos observados com indometacina (20 mg/kg, p.o.), utilizada como padrão (1,1±0,08). No edema induzido por dextrano, o AV (50 mg/kg, p.o.), na 3ª. h, também reduziu de modo significativo o volume do edema (AV50: 1,0±0,07) quando comparado ao grupo controle (2,1±0,12). Como esperado, a dexametasona inibiu, também e de modo mais intenso, o edema de pata (0,7±0,11). No teste da formalina, que apresenta 2 fases nociceptivas (a 1ª. de caráter neurogênico e a 2ª. de caráter inflamatório), o AV (10 e 50 mg/kg, p.o.), apesar de atuar nas 2 fases do teste, foi mais eficaz na 2ª. fase (1a. fase, Controle: 72,0±4,62; AV10: 57,4±2,04; AV50: 48,6±3,23; 2ª. fase, Controle: 31,8±1,82; AV10: 16,8±1,28; AV50: 4,4±1,30). Em conclusão, os resultados mostram que o AV apresenta efeito anti-inflamatório, sugerindo a possibilidade da utilização da droga em vários processos patológicos associados a inflamação, inclusive em doenças neurodegenerativas, objeto primordial do estudo. O trabalho está em andamento, com o intuito de melhor esclarecer o mecanismo de ação do AV, não somente como anti-inflamatório mas principalmente como neuroprotetor. Apoio Financeiro: CNPq.


Palavras-chave:  Ácido Valproico, Neuroinflamação, Neuroproteção