Poster (Painel)
J.121 | Avaliação de memória, ansiedade e depressão em ratos tratados com ácido ascórbico | Autores: | Karine Bertoldi (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Viviane Rostirolla Elsner (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Felipe Moysés (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Ionara Rodrigues Siqueira (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) |
Resumo Objetivo: Achados clínicos e pré clínicos sugerem que o ácido ascórbico (AA) pode estar envolvido em transtornos do humor e da ansiedade que são condições altamente prevalentes. O objetivo deste trabalho foi investigar o efeito do tratamento agudo e crônico de AA em modelos comportamentais de memória, ansiedade e depressão em ratos de 18 meses.
Método: Ratos Wistar machos (18 meses) foram tratados com salina ou AA (50, 500 e 1000 mg/kg) por gavagem durante 25 dias. No 1º dia, os animais foram submetidos à esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado, onde um dos braços fechados foi denominado como aversivo (estímulos sonoros e luminosos). No teste, 24 horas após o treino, o animal foi colocado no aparato sem exposição ao estímulo aversivo. O tempo gasto nos braços abertos foi tomado como medida de ansiedade e o tempo despendido no braço aversivo, no teste, como parâmetro de aprendizado e memória. No 10º dia, no teste de nado forçado, modelo de atividade antidepressiva, foi anotado o tempo de imobilidade. Os animais foram submetidos ao teste claro-escuro, modelo de detecção de atividade ansiolítica/ansiogênica, no 15º dia, no qual foi observada a latência de entrada no compartimento escuro, número de cruzamentos e o tempo despendido nos compartimentos. No 25° dia a atividade locomotora foi avaliada através do teste campo aberto.
Resultados: O tratamento agudo não melhorou os parâmetros de aprendizado e memória avaliados no teste da esquiva discriminativa. No entanto, na sessão treino, AA (1000 mg/kg) diminuiu o tempo gasto no braço aberto (salina 157;IQ 25-75% 22-250; AA 1000 mg/kg 26,5;IQ 25-75% 0,5-49; Kruskal Wallis seguido de Dunn’s; H=8,259; p=0,041) e as doses 500 e 1000 mg/kg aumentaram o tempo gasto no braço fechado não aversivo (salina 343;IQ 25-75% 81,25-473,7; AA 500 mg/kg 510,5; IQ 25-75% 462,5-561; AA 1000 mg/kg 506;IQ25-75% 473,5-565; Kruskal Wallis seguido de Dunn’s; H=12,664; p=0,005), indicando um comportamento ansiogênico. No 10º dia, o AA (1000 mg/kg) demonstrou uma atividade antidepressiva, onde reduziu o tempo de imobilidade quando comparado ao grupo salina no teste do nado forçado (salina 263,25±38,45; AA 1000 mg/kg 109,12±27,98; ANOVA seguida Tukey, p=0,013). O tratamento com AA não alterou qualquer parâmetro avaliado no teste da caixa claro-escuro no 15º dia. Contudo no 25° dia de tratamento, no teste do campo aberto, o AA (500 e 1000 mg/kg) diminuiu o número de entradas nos quadrantes periféricos (AA 50 mg/kg 16,66± 3,16; AA 500 mg/kg 7,1±1,18; AA 1000 mg/kg 7,36±1,55; ANOVA seguida de Tukey, p=0,01) e o número de rearings (salina 5,5; IQ 25-75% 3-8; AA 50 mg/kg 4; IQ 25-75% 10-5; AA 500 mg/kg 1,5;IQ 25-75% 1-4; Kruskal Wallis seguido de Dunn’s; H=14,94; p=0,002), sugerindo um perfil ansiolítico.
Conclusão: Nossos resultados sugerem que o tratamento agudo com ácido ascórbico induziu a um estado ansiogênico. No entanto, o tratamento crônico induziu primeiramente tolerância ao estado ansiogênico e, após, atividade ansiolítica, além de atividade antidepressiva em ratos velhos. Os dados sugerem que o ácido ascórbico possui um perfil psicofarmacológico semelhante de antidepressivos.
Palavras-chave: ácido ascórbico, comportamento, ratos |