Poster (Painel)
J.146 | Hipoxia-isquemia perinatal aumenta o número de células NADPH-d na substância branca cerebelar: NO é produzido por microglia e astrócitos por um longo período pós-injuria. | Autores: | Everton Luis Nunes Costa (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Tiago Savignon (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Frank Tenório de Almeida Costa (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Alex Manhães (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Penha Cristina Barradas Daltro-santos (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) |
Resumo A redução do aporte de oxigênio no período perinatal pode afetar o SNC levando a paralisia cerebral, atraso cognitivo e problemas motores em crianças. Em ratos, a redução do oxigênio aos fetos por obstrução das artérias uterinas, resulta em astrogliose, morte de oligodendrócitos, perda neuronal no córtex, e alterações motoras similares às de humanos que passaram por hipóxia-isquemia (HI) perinatal. O cerebelo é uma das regiões relacionadas ao comportamento motor. O óxido nítrico (NO) em condições fisiológicas, eleva a produção de GMPc, que está relacionado a sinalização no SNC. Durante injúria e inflamação, o NO é produzido em grande quantidade por macrófagos, microglia e astrócitos. A atividade da NO sintase (NOS) aumenta após HI em ratos neonatos contribuindo para a lesão. O aumento dos níveis de NO podem contribuir para a morte da oligodendroglia. Neste estudo avaliamos a distribuição da NADPH-diaforase (NADPH-d) na substância branca cerebelar de ratos submetidos à HI durante o desenvolvimento. Ratas Wistar no 18º dia de gestação foram anestesiadas com Avertin® i.p. No grupo de animais HI as artérias uterinas são ocluídas por 45 minutos, e em outro (SHAM) nenhuma oclusão foi realizada. Os animais foram anestesiados e perfundidos via intra-cardíaca com solução salina 0,9%, paraformaldeído (PF) a 4% e PF 4% com 10% de sacarose. Cortes de 40 a 60μm foram recolhidos em tampão Tris e submetidos à histoquímica da NADPH-d, alguns destes cortes foram também imunoreagidos com anticorpos monoclonais anti-ED1 (microglia) e anti-GFAP (astrócitos). Cortes de 25 μm, recolhidos em lâminas, foram imunoreagidos também com estes anticorpos e com um anti-nNOS policlonal.
Em P9 células NADPH-d+ pequenas e arredondadas foram observadas na substância branca em todos os grupos. Essas células se assemelhavam morfologicamente à microglia, o que foi confirmado pela imunomarcação com ED1+. Apesar de marcadas pela NADPH-d, não foi observada imunomarcação com o anti-NOSn o que sugere que outra isoforma é expressada pela microglia. Células NADPH-d+/GFAP+ também foram encontradas na substância branca nessa idade, indicando astrogliose. Em P23 a morfologia das células NADPH-d+ da substância branca em animais SHAM foi semelhante ao observado em P9. Além disto, nesta idade não observamos células NADPH-d+/GFAP+ nestes animais. No entanto, em animais HI P23 além das células NADPHd+/ED1+, foram observadas células grandes NADPH-d+/GFAP+, com longos prolongamentos marcados, semelhante à astrócitos reativos. A análise quantitativa das células NADPH+ na substância branca mostrou que em P9 (ANOVA - F=48, df=2, P<0.001) e P23 (ANOVA: F=85, df=2, P<0.001), o número de células NADPH-d+ foi maior no grupo HI que no SHAM (LSD - P9: P=0.045 - P23: P<0.001). Nossos resultados demonstram que a HI perinatal aumenta o número de células NADPH-d na substância branca cerebelar. Estas células correspondem a astrócitos e microglia que são capazes de gerar altos níveis de NO, durante um grande período pós-injúria, o que pode contribuir para a morte de oligodendrócitos, já descrita neste mesmo modelo, e para os distúrbios motores observados em ratos jovens adultos submetidos à HI perinatal.
Apoio: CNPq, CAPES, FAPERJ, SR2/UERJ.
Palavras-chave: Hipoxia-isquemia, NO, desenvolvimento, substância branca cerebelar |