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J.126 | ALTERAÇÕES DA SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA AO ETANOL INDUZIDAS PELO ESTRESSE CRÔNICO | Autores: | Thiago Luis da Silva Assembleia (UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas) ; Marcelo Tadeu Marin (UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas) ; Fábio Cardoso Cruz (UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas) ; Cleopatra da Silva Planeta (UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas) |
Resumo Objetivos: A síndrome de abstinência ao etanol manifesta-se após um período de intenso consumo da substância e tem grande importância no desenvolvimento da dependência. Em roedores, a síndrome de abstinência ao etanol pode ser avaliada pelo aumento de comportamentos relacionados à ansiedade na retirada da substância. Além disso, a exposição ao estresse tem sido destacada como um fator importante no desenvolvimento da dependência ao etanol. Assim, o objetivo desse estudo foi investigar o efeito da exposição crônica ao estresse no desencadeamento de sinais da síndrome de abstinência ao etanol.
Métodos: Ratos Wistar machos receberam diariamente injeções intraperitoneais (i.p.) de etanol (2 g/kg) e consumiram somente solução de etanol 4% nos bebedouros por 10 dias ou receberam injeções i.p. de salina e consumiram somente água durante o mesmo período. Esses animais tratados com salina ou etanol foram também expostos ao estresse de contenção por 1 hora diária ou não foram perturbados (grupo Controle) nesses 10 dias de tratamento. Oito horas após a última administração de etanol ou salina, os animais foram expostos ao labirinto em cruz elevada (LCE) para análise dos comportamentos relacionados à ansiedade. Nesse teste, a redução da frequência de entradas, como também, do tempo gasto pelo animal nos braços abertos do labirinto são característicos do aumento da ansiedade. A análise estatística consistiu de ANOVA bifatorial (N=6 por grupo).
Resultados: Os ratos tratados repetidamente com etanol apresentaram redução significativa da frequência de entradas e tempo nos braços abertos do LCE (p<0,05) sem efeito da exposição ao estresse. A média±EPM das porcentagens de entradas nos braços abertos foi 32,2±4,6 para o grupo Salina-Controle, 27,4±3,1 para o Salina-Estresse, 17,9±6,0 para o Etanol-Controle e 21,9±3,7 para o Etanol-Estresse. A porcentagem de tempo gasto nos braços abertos foi 16,3±4,5 para o grupo Salina-Controle, 12,8±2,4 para o Salina-Estresse, 8,6±3,1 para o Etanol-Controle e 9,0±1,3 para o Etanol-Estresse. Não houve alteração significativa do número de entradas nos braços fechados do labirinto.
Conclusão: Nosso procedimento de administração crônica de etanol foi capaz de aumentar os comportamentos relacionados à ansiedade na retirada da administração de etanol. Entretanto, a exposição crônica ao estresse de contenção não alterou esse sinal da síndrome de abstinência ao etanol. Palavras-chave: Estresse, Dependência, Etanol, Síndrome de Abstinência, Ansiedade |