Resumo

Objetivos: É conhecido pela literatura que as descargas nitrérgicas na Matéria Cinzenta Periaquedutal (MCP) são moduladoras de comportamentos defensivos, sendo possível que esteja relacionada na modulação do medo/ansiedade. Estudos mostram que animais que receberam inibidores não seletivos da NOS apresentaram comportamentos anti-aversivos. O presente estudo investigou a participação do óxido nítrico (NO) nos índices de ansiedade em camundongos expostos ao labirinto em cruz elevado (LCE). A presente investigação foi feita através da inibição da enzima NO sintase, com o inibidor específico da NOS endotelial, L-NIO (eNOS, N-iminoetil-L-ornitina), e pelo inibidor específico da NOS neuronal, NPLA (nNOS, Nω-propil-L-arginina). Métodos: Camundongos Suíços machos (n=4-9) sofreram microinjeção intra-MCP de veículo, L-NIO (1, 10 ou 30 nmol) ou NPLA (10 e 30 nmol) e após 10 minutos foram expostos ao (LCE) por 5 minutos para o registro dos seguintes comportamentos: freqüência de entradas nos braços fechados (atividade locomotora) e porcentagens de entradas e de tempo de exploração dos braços abertos (índices de ansiedade). Resultados: Enquanto a ANOVA unifatorial não revelou quaisquer efeitos significativos para o tratamento com NPLA tanto para os índices de ansiedade (% de entradas e tempo nos braços abertos) quanto para a locomoção (entradas nos braços fechados) (maior valor de F2,18≤ 1,83, p>0,05), uma redução da exploração dos braços abertos foi revelada para o experimento com L-NIO (% entradas: F3,24=5,8; % tempo: F3,24=6,9, p<0,05). A análise Post-hoc confirmou uma diminuição da exploração dos braços abertos para os grupos que receberam as doses de L-NIO 10 e 30 nmol intra-MCP em relação ao grupo controle (p<0,05). Esses efeitos foram observados na ausência de alterações na atividade locomotora (F3,24= 1,6, p>0,05). Conclusões: O presente experimento demonstrou que os efeitos pró-aversivos resultantes da inibição da síntese de NO são dependentes do tipo isoforma de NOS presente na MCP de camundongos. Enquanto a inibição da eNOS resultou em menor exploração dos braços abertos do LCE, sugerindo um efeito ansiogênico, a inibição da nNOS não provocou alterações nos índices de ansiedade. Apoio Financeiro: CNPq/PIBIC, PADC/FCFar-UNESP