Prêmio
A.007 | INFLUÊNCIA DO CONSUMO DE LINHAÇA (LINUM USITATISSIMUM) NO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO DE RATOS | Autores: | Katia Calvi Lenzi de Almeida (UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE) ; Maria Angélica Guzmán-silva (UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE) ; Gilson Teles Boaventura (UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE) |
Resumo Objetivos: A importância do ácido graxo essencial ômega-3, no desenvolvimento do sistema nervoso de recém nascidos está bem documentada. Este trabalho vem verificar o efeito do consumo da semente de linhaça no desenvolvimento do sistema nervoso de ratos filhotes. Métodos: Para isto, foi estudada a influência de uma dieta à base de linhaça, sobre o perfil lipídico do leite materno e do cérebro dos filhotes, os pesos cerebral, corporal e cerebral relativo em três momentos da vida, além de características morfométricas do nervo óptico e morfológicas da retina dos animais. Foram utilizados 18 Rattus norvegicus, variedade Albinus, linhagem Wistar, fêmeas, divididas em 3 grupos (n=6): Controle (GC), que receberam ração à base de caseína; Linhaça (GL), que receberam ração à base de linhaça adicionada de caseína e Controle Modificado (GCM), que receberam ração à base de caseína suplementada com fibras e óleo. Foi coletado material para análise dos filhotes (n=6/grupo) no pós-natal imediato (M0), aos 14 dias de vida (M14) e com 30 dias de vida (M30). Resultados: O grupo GL mostrou um teor de gordura (%) mais elevado ao crematócrito do leite materno (GL:31,79±0,20; GC:23,10±0,65 e GCM:28,65±0,38), assim como um maior valor energético do mesmo em Kcal/100ml (GL:228,85±5,93; GC:186,57±5,57 e GCM:226,90±6,07). Também foi registrado um maior peso cerebral em g (GL:0,25±0,009; GC:0,18±0,006 e GCM:0,20±0,008) e um maior peso (g) cerebral relativo (GL:4,68±0,21; CC:3,42±0,14 e GCM:3,56±0,18), nos filhotes M0 de mães alimentadas com ração à base de linhaça. No M30, apenas maior peso cerebral relativo (g) foi notado (GL:2,89±0,16; GC:2,15±0,12 e GCM:3,16±0,12), nos filhotes de GL em comparação com GC. Os ácidos graxos da família n-3 (%) presentes na semente de linhaça, foram encontrados em abundância na ração confeccionada com esta oleaginosa, e estes foram transferidos para o leite materno (GL:23,01±4,33; CC:2,15±0,62 e GCM:2,12±0,34) de ratas que se alimentaram com esta ração. O DHA (%) (GL:14,33±0,25; GC:10,41±0,06 e GCM:10,85±0,53), assim como o somatório (%) dos ácidos n-3 (GL:17,32±0,03; GC:10,67±0,01 e GCM:11,40±0,61), estava bastante aumentado no cérebro de filhotes ao M0, o que confirma a absorção destes, via circulação placentária, em fetos de mães que receberam a ração de linhaça. Os dados iniciais de morfometria ao M0, mostraram valores para as medidas de área (μm2) (GL:33.068,87±4.141,63; GC:31.970,43±5.152,66 e GCM:33.512,26±2.814,01), diâmetro médio (μm) (GL:206,29±11,83; CG:202,92±4,85 e GCM:207,34±7,79) e perímetro (μm) (GL:659,69±36,15; GC:643,40±53,27 e GCM 663,69±22,43) do nervo óptico dos animais recém-natos, superiores para os animais alimentados com linhaça, em comparação aos alimentados com caseína (GC). Na análise morfológica da retina observaram-se diferenças de espessura de algumas camadas comparando-se os filhotes de GL com os demais. Os nervos ópticos dos filhotes do GL apresentaram-se com elementos estruturais mais definidos, apontando também para uma maior incorporação dos ácidos graxos ômega-3 oriundos da linhaça. Conclusões: A utilização de uma dieta a base de linhaça no período pré e pós-natal influencia a incorporação de ácidos graxos ômega-3 na composição do leite materno e no tecido cerebral, assegurando um bom desenvolvimento do sistema nervoso central para ratos recém-natos, parecendo influenciar também o desenvolvimento do nervo óptico e da retina destes animais. Palavras-chave: ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS, CÉREBRO, LINHAÇA, ÔMEGA-3, RATOS |