SBNeC 2010
Resumo:D.009


Poster (Painel)
D.009Eletroestimulação somatossensorial aplicada em diferentes freqüências e o reflexo de Hoffmann
Autores:João Marcos Yamasaki Catunda (PEB/COPPE/UFRJ - Laboratório de Instrumentação Biomédica) ; Marco Antonio Cavalcanti Garcia (NEMOH/EEFD/UFRJ - Núcleo de Estudos do Movimento HumanoPEB/COPPE/UFRJ - Laboratório de Instrumentação BiomédicaIBCCF/CCS/UFRJ - Laboratório de Neurobiologia II) ; Edgar Norio Taka (IBCCF/CCS/UFRJ - Laboratório de Neurobiologia II) ; Alexandre Visintainer Pino (PEB/COPPE/UFRJ - Laboratório de Instrumentação Biomédica) ; Claudia Domingues Vargas (IBCCF/CCS/UFRJ - Laboratório de Neurobiologia II) ; Marcio Nogueira de Souza (PEB/COPPE/UFRJ - Laboratório de Instrumentação Biomédica)

Resumo

Introdução: A eletroestimulação somatossensorial (SES) é uma modalidade de estimulação elétrica com fins terapêuticos, que se caracteriza pela baixa intensidade (abaixo do limiar motor). Esta pode ser utilizada em pacientes neurológicos para a redução de uma condição patológica designada como espasticidade, que pode estar relacionada com um aumento da excitabilidade neuronal. Entretanto, não há consenso a respeito dos parâmetros utilizados (freqüência, largura de pulso, intensidade, entre outros). Objetivo: Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito de algumas freqüências de estimulação de SES de curta duração na excitabilidade espinhal por meio do reflexo de Hoffmann (H). Métodos: O projeto contou com a participação de sete voluntários saudáveis, sendo um homem e seis mulheres (idade: 19 – 31 anos; altura: 1,55 – 1,73 m; massa corporal: 53,3 – 82,6 kg; Edinburg Handedness Inventory: +60,0 - +90,0), todos destros. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local. Uma vez que não existe um consenso na literatura a respeito dos parâmetros ideais para a SES, quatro diferentes freqüências (3 Hz, 30 Hz, 150 Hz e 300 Hz) foram investigadas. Todas foram escolhidas com base na literatura como freqüências de estimulação que levaram a modificações no padrão motor ou a variações em testes eletrofisiológicos. A largura de pulso adotada foi de 500 µs e o formato de onda foi retangular, bifásico (onda positiva e negativa) e assimétrico. A intensidade da estimulação foi imediatamente abaixo da necessária para a produção de abalos musculares visíveis no antebraço e movimentos de dedos, sendo, portanto, abaixo do limiar motor. Eletrodos auto-adesivos (5 x 5 cm, modelo CF5050, AXELGAARD Manufacturing CO, Dinamarca) foram posicionados sobre a região ventral do antebraço direito, entre as articulações do punho e cotovelo e utilizados para a aplicação da SES. Para a medida dos efeitos da SES, a amplitude do reflexo de Hoffmann (reflexo-H) do músculo flexor radial do carpo foi avaliada. O reflexo-H foi colhido por meio de eletromiografia de superfície, e deflagrado por meio de um estimulo elétrico de 800 µs transversamente sobre o nervo mediano. O reflexo H foi colhido imediatamente antes (pré), depois (pós) e 5 minutos após (int) a SES em cada sessão para cada freqüência de estimulação. Resultados: Não foram observadas diferenças estatísticas significativas (P>0,05) para o reflexo-H entre os três momentos e para todas as freqüências testadas. Conclusão: A SES não foi capaz de conduzir a mudanças na excitabilidade do reflexo H do FCR, sugerindo que o mecanismo modulatório pode ocorrer apenas ou majoritariamente em níveis corticais.


Palavras-chave:  Eletroestimulação somatossensorial, Reflexo de Hoffmann, Estimulação Elétrica Transcutânea, Reflexo H