Poster (Painel)
J.192 | A experiência adversa precoce altera a emocionalidade e aumenta a vulnerabilidade ao dano hipóxico-isquêmico cerebral neonatal em ratos | Autores: | Nice Sarmento Arteni (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Analu Lopes Rodrigues (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Carlos Alexandre Netto (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) |
Resumo As experiências vivenciadas pelos animais no início da vida afetam o desenvolvimento do sistema nervoso central e podem contribuir para o aumento na vulnerabilidade cerebral a insultos posteriores. Assim como os humanos, roedores possuem assimetrias neuroquímicas, funcionais e morfológicas entre seus hemisférios. Tais assimetrias podem ser alteradas pelas experiências às quais estes animais são submetidos no início de suas vidas e, em animais adultos, estas assimetrias parecem ser responsáveis por diferentes padrões de dano cerebral entre os hemisférios. No presente trabalho, estudamos a interação entre a experiência adversa precoce (na forma de separação materna - SM) e um evento hipóxico-isquêmico unilateral (HI) no comportamento e no dano cerebral em ratos Wistar de ambos os sexos. Os filhotes foram separados de suas mães, durante 60 min, do primeiro ao sexto dia pós-natal ou permaneceram em condições padrão de biotério. No sétimo dia de vida estes filhotes foram submetidos à oclusão da artéria carótida direita ou da esquerda e então expostos a uma atmosfera hipóxica (8%O2-92%N2) por 90 min. Quando adultos, estes animais foram testados na tarefa do Labirinto em Cruz Elevado (LCE) e o dano cerebral foi estimado pela perda da área coronal de cada um dos hemisférios. Nossos resultados mostram que, apenas nos ratos machos, a associação da SM com a HI no hemisfério direito aumentou (em aproximadamente 70%) o tempo de permanência nos braços abertos do LCE (F(5, 70)=3.61; p=0.033). E que, de um modo geral, a SM aumentou o dano causado pela HI no hemisfério ipsilateral em aproximadamente 25% (F(1, 60)=7.20; p=0.010) e reduziu o tamanho do hemisfério contralateral em aproximadamente 5% (F(1, 60)=5.24; p=0.026) independentemente de qual hemisfério sofreu a HI ou do sexo do animal. Estes dados sugerem que a experiência adversa precoce aumenta a vulnerabilidade ao dano hipóxico-isquêmico cerebral independente do hemisfério ou do sexo dos animais, mas altera a emocionalidade dos animais de uma maneira dependente destes. Palavras-chave: experiência precoce, dano neonatal, hipóxia-isquemia, lateralização |