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J.196 | Disfunção energética neuronal induzida por oligômeros do peptídeo beta amilóide | Autores: | Gisele da Silva Seixas da Silva (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Helen Maciqueira de Melo (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Wagner Seixas da Silva (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; William L Klein (NWU - Northwestern University) ; Sérgio Teixeira Ferreira (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Fernanda Guarino de Felice (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) |
Resumo A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa que leva a perda de memória e déficits cognitivos. Os efeitos deletérios observados na DA são causados por espécies oligoméricas do peptídeo Abeta (ADDLs) que se ligam aos neurônios. Na DA, ocorrem alterações no metabolismo de glicose e danos oxidativos. Por isso, resolvemos estudar o impacto dos ADDLs sobre o metabolismo energético de neurônios em cultura, investigando o conteúdo dos nucleotídeos de adenina (ATP, ADP e AMP) por HPLC, permitindo assim avaliar a homeostase energética da célula. O efeito de diferentes concentrações de ADDLs (10 nM - 500 nM) pelo período de 12h foi investigado em culturas primárias de neurônios corticais (18 DIV). Os resultados obtidos mostram que o tratamento com ADDLs leva a uma diminuição de aproximadamente 60% no conteúdo de ATP de culturas tratadas com 500 nM de ADDLs comparadas com culturas controle. Além disso, estamos avaliando a atividade enzimática da Fo-F1ATPsintase, após o tratamento com ADDLs (250 e 500 nM) e nossos dados mostram que há uma inibição de aproximadamente 50% na atividade quando as culturas são tratadas com 500 nM de ADDLs (42,5 nmols de Pi/mg.min x 18,3 nmols de Pi/mg.min). Para observar se há um efeito direto dos ADDLs na enzima, estamos avaliando o efeito da adição de ADDLs na atividade medida em uma preparação de mitocôndrias de cérebro de rato. A adição de ADDLs no meio de reação da atividade enzimática não provoca mudanças na atividade, quando comparadas com preparações expostas ao veículo. Além do conteúdo dos nucleotídeos de adenina, estamos estudando o papel da proteína cinase ativada por AMP (AMPK) nessa disfunção energética induzida pelos ADDLs. A AMPK é uma proteína quinase que funciona como um sensor energético celular, e é modulada pelos níveis de AMP e ATP intracelulares. A AMPK é ativada em uma série de condições de estresse que depletem os níveis de ATP, como deprivação de glicose, isquemia, hipóxia e estresse oxidativo. O efeito dos ADDLs sobre a fosforilação da AMPK foi avaliado em culturas maduras de neurônios expostas a diferentes concentrações de ADDLs (100 nM - 500 nM). Os resultados obtidos mostram que o tratamento com ADDLs leva a uma diminuição de aproximadamente 50 % na fosforilação da AMPK de culturas tratadas com 500 nM de ADDLs comparadas com culturas controle. Resultados iniciais mostram que os ADDLs também interferem nos níveis de AMPK, já que ocorre uma diminuição de ~ 40% nos níveis totais desta proteína. Esperamos colaborar para o entendimento das vias de sinalização intracelular desencadeadas pelos ADDLs para que possamos encontrar alvos farmacológicos que possam atenuar ou inibir o efeito deletério dessas espécies tóxicas presentes no cérebro dos pacientes com a Doença de Alzheimer. Palavras-chave: Oligômeros, metabolismo energético, neurônio, Doença de Alzheimer |