Prêmio
J.073 | Regiões genômicas que influenciam comportamentos relacionados à emocionalidade e ao consumo de etanol e a avaliação da α-sinucleína como gene candidato | Autores: | Geison Souza Izídio (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do NorteUFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Silvana Chiavegatto (USP - Universidade de São Paulo) ; Letícia Costa Oliveira (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Lígia Fhurmann Gonçalves Oliveira (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Elayne Pereira (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Thaize Debatin Wehrmeister (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; André Ramos (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) |
Resumo A participação de fatores genéticos na etiologia dos transtornos de ansiedade e alcoolismo está bem estabelecida em humanos e em animais de laboratório. Os ratos das linhagens isogênicas Lewis (LEW) e spontaneously hypertensive rats (SHR) diferem em uma série de aspectos comportamentais, incluindo a emocionalidade e o consumo de etanol (CET). Um estudo genético prévio de QTL (locus para características quantitativas) nestas linhagens identificou uma região genômica localizada no cromossomo 4 (Ofil1) fortemente associada à locomoção (LO) central no campo aberto (CA). No presente estudo, nós realizamos uma primeira análise de QTL para comportamentos relacionados à emocionalidade e ao consumo de etanol em animais de ambos os sexos, seguida de uma segunda análise, somente em fêmeas, considerando as fases do ciclo estral. Além disso, nós avaliamos a expressão do gene Snca (α-sinucleína) localizado na região deste QTL e sua expressão protéica em áreas cerebrais. Em machos, foram encontrados cinco QTL significativos: (1) LO central no CA (próximo ao marcador D4MGH27; LRS - likelihood ratio statistic = 14,4), (2) defecação no CA (próximo a D4RAT76; LRS = 14,5), (3) LO periférica no CA (próximo a D4RAT131; LRS = 8,8), (4) consumo de etanol forçado (próximo a D4RAT206; LRS = 10,8) e (5) QTL polimórfico (próximo a D4MGH11; influenciando a LO no compartimento branco da caixa branca/preta (CBP), LRS = 14,3; tempo gasto no compartimento preto da CBP, LRS = 17,4 e tempo gasto no compartimento branco da CBP, LRS = 10,4), além de seis QTL sugestivos. Em fêmeas, foram encontrados 10 QTL sugestivos e nenhum significativo. Uma segunda análise de QTL demonstrou que as fases do ciclo estral parecem influenciar a expressão dos QTL, assim como a expressão de Ofil1, pois somente as fêmeas em diestro-proestro apresentaram efeito sugestivo neste QTL. Os animais LEW, mais “ansiosos”, tiveram uma maior expressão do gene Snca (p<0.01) e da proteína α-sinucleína (p<0.05) no hipocampo, quando comparados aos animais SHR. Um polimorfismo encontrado na posição +562 deste gene parece estar associado ao comportamento de aproximação do centro do CA, pois animais F2 com dois alelos provenientes dos animais mais “ansiosos” LEW diferiram significativamente dos animais com dois alelos SHR na LO central [LEW/LEW (n=13) 18,9 ± 1,9; LEW/SHR (n=36) 15,9 ± 1,1 e SHR/SHR (n=24) 12,9 ± 1,4]. Os resultados confirmam a presença do QTL Ofil1 nos machos das linhagens LEW e SHR, porém nas fêmeas, sua expressão parece estar condicionada por fatores ligados ao ciclo estral. Diversos outros QTL foram encontrados ao longo do cromossomo 4 para comportamentos do CA, CBP e CET. O gene da α-sinucleína é diferencialmente expresso no hipocampo das duas linhagens e apresenta um polimorfismo que parece estar envolvido no comportamento de esquiva do centro do CA. Palavras-chave: α-sinucleína, QTL, Ratos Lewis e SHR, Cromossomo 4 |