SBNeC 2010
Resumo:J.167


Poster (Painel)
J.167MODELO EXPERIMENTAL DE CRISE CONVULSIVA FEBRIL INDUZIDA NO DÉCIMO DIA PÓS-NATAL EM RATOS - RESULTADOS PRELIMINARES
Autores:Anielle Ranulfi (USP - Universidade de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Jackeline Malheiros (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Alberto Tannús (USP - Universidade de São Paulo) ; Luciene Covolan (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

Introdução: Quando examinados, ratos e recém-nascidos humanos apresentam os mesmos comportamentos complexos observados em adultos em resposta ao estresse causado pelo isolamento social e afastamento materno. Recém-nascidos pré-termo e de baixo peso são rotineiramente admitidos nas unidades de terapia intensiva (UTI), para cuidados vitais e em muitos casos, essas crianças desenvolvem quadros febris intensos, que muitas vezes levam à ocorrência de uma crise convulsiva de longa duração. Conhecidamente a crise febril de longa duração na primeira infância, pode culminar com posterior geração de crises espontâneas recorrentes (CER). Assim, crise febril tem sido considerada, em muitos casos, a origem da epilepsia de lobo temporal (ELT). Nessa forma de epilepsia, há lesão intensa do hipocampo caracterizada por perda celular e atrofia. Objetivos: No presente estudo pretende-se desenvolver um método para indução de crises febris e posteriormente avaliar através de técnicas de imagem por ressonância magnética (IRM) o grau de esclerose hipocampal 60 dias após a crise febril induzida. Materiais e Métodos:Dez dias após o nascimento (P10), ratos Wistar de ambos os gêneros foram colocados em uma caixa acrílica sob uma luz incandescente, mantidos sob temperatura de 40,2 a 41,5˚C por 30 minutos, até desenvolverem uma crise convulsiva. A temperatura foi monitorada durante todo o período do experimento. Após este período, os animais foram observados comportamentalmente quanto à ocorrência de CER até o P70 quando serão adquiridas as IRM. O monitoramento quanto à ocorrência de CER foi realizado 2 horas/dia durante 5 dias/semana. Resultados: Até o presente momento, os animais apresentaram em média a primeira crise aos 19 minutos após terem sido colocados sob alta temperatura. As crises se caracterizaram por contrações tônico-clônicas generalizadas, levando a perda dos reflexos posturais. As crises foram contínuas e cessaram espontaneamente ao redor de 30 min após seu início. Dos 24 animais foram submetidos ao protocolo, 4 morreram durante ou após (n=12) a exposição à alta temperatura. Dentre os animais sobreviventes (n=8), até o momento não foi detectada nenhuma CER. Discussão: A primeira parte deste projeto consiste no desenvolvimento de um modelo de crises febris capaz de gerar CER. Durante esta fase, observamos que a maior taxa de mortalidade ocorreu após o estímulo. Uma possibilidade é que devido à debilidade dos filhotes, estes podem ter sido mortos pela mãe, pois numa tentativa de protegê-los observou-se que estes eram mantidos sob seu corpo.Conclusões: Um modelo experimental de ELT, baseado em um quadro clínico comum entre neonatos está sendo implantado. Desta implantação decorrem diversos problemas que estão sendo paulatinamente amenizados e resolvidos. Uma alternativa que se propõe para reduzir a taxa de mortalidade é a não redução drástica da temperatura ambiente após a retirada da caixa de estímulo e a manutenção dos cuidados de hidratação e reposição de sais minerais oralmente. Portanto, ainda estamos na fase de adequação da indução das crises, e somente após bem estabelecida, os animais serão monitorados mais continuamente antes de serem submetidos às imagens.


Palavras-chave:  crise espontânea recorrente, crise febril induzida, epilepsia de lobo temporal, hipocampo, imagem por ressonância magnética