Resumo

O status epilepticus (SE) é uma crise convulsiva com duração mínima de 30 minutos com grande prevalência em crianças. Em longo prazo, o SE pode ocasionar morte neuronal e alterações comportamentais. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil temporal da morte neuronal bem como avaliar a possível influência do exercício físico nas alterações comportamentais induzidas pelos SE em ratos jovens. Ratos Wistar machos (15 dias pós-natal, 27-30g) receberam uma injeção i.p. de LiCl (3 mEq/kg) e, 12-18 horas após, foram tratados com pilocarpina (60 mg/kg). O grupo controle recebeu uma injeção de solução salina 0,9%. A morte neuronal foi avaliada 1, 3 e 7 dias após a convulsão utilizando a marcação com Fluoro-Jade B. Para investigarmos o efeito do exercício físico, um novo conjunto de animais foi dividido em 4 grupos: controle, controle+exercício, SE e SE+exercício. Os animais dos grupos exercício foram submetidos a um protocolo de exercício de baixa intensidade por 4 semanas (5 dias/semana durante 30 minutos). Os animais submetidos ao SE apresentaram uma acentuada morte neuronal no córtex entorrinal e perirrinal, hipocampo, amígdala e tálamo 1, 3 e 7 dias após a indução da crise convulsiva quando comparado ao grupo controle. Não foi observada diferença no número de neurônios em degeneração entre os dias testados. Os animais controle não apresentaram morte neuronal 1, 3 e 7 dias após administração do veículo em nenhuma das estruturas estudadas. Dados preliminares mostram uma alteração na locomoção dos animais dos demais grupos em relação ao grupo controle na tarefa de campo aberto. Na tarefa de reconhecimento de objetos todos os grupos apresentaram um desempenho inferior ao grupo controle na memória de longa duração, não sendo encontrada diferença na memória de curta duração. Nas tarefas de labirinto em cruz elevado e esquiva inibitória não houve diferença entre os grupos testados. Em nosso trabalho demonstramos que o SE induzido por LiCl-pilocarpina em ratos jovens leva a morte neuronal por um período de até 7 dias. Dados preliminares indicam que o SE pode causar alterações no comportamento dos animais e que o exercício físico de baixa intensidade não se mostrou eficiente para reverter tais alterações. Apoio: CAPES, CNPq, INCT-EN e IBN-Net