Prêmio
J.081 | EXCITABILIDADE NO DECURSO DE ATIVIDADES EPILEPTIFORMES NÃO-SINÁPTICAS | Autores: | Bruno da Silva Brandão Gonçalves (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Danielle Oliveira Costa Santos (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Rafaela Cobuci Cerqueira (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Maisa Aparecida da Costa (USP - Universidade de São Paulo) ; Antônio Márcio Rodrigues (UFSJ - Universidade Federal de São João del rei) ; Antônio-carlos Guimarães de Almeida (UFSJ - Universidade Federal de São João del rei) |
Resumo Objetivos: As atividades epileptiformes não-sinápticas (AENSs) são sustentadas por todos os mecanismos neuronais e gliais, excluidos os efeitos da neurotransmissão sináptica. As alterações na excitabilidade neuronal no hipocampo, no decurso da indução das AENSs, presume-se ter papel modulatório importante sobre a atuação da circuitaria sináptica, com reflexos sobre a hiperexcitabilidade e o hipersincronismo, que caracterizam as crises epilépticas. No presente trabalho, foram investigadas alterações na capacidade de deflagração e sustentação de eventos epileptiformes, por meio de estimulação antidrômica do giro dentado, ao longo da indução de crises não-sinápticas em fatias de hipocampo.
Métodos: Nesse estudo foram utilizados ratos machos Wistar de 3 a 5 semanas. As AENSs foram induzidas por meio do protocolo zero [Ca2+]o e alto [K+]o. Estímulos elétricos foram aplicados na região hiliar do giro dentado. Foram utilizados dois protocolos de eletroestimulação: i) estímulos aplicados em diferentes intervalos de tempo pós-eventos, alterando-se intensidade e instante de estimulação, relativamente ao momento da deflagração espontânea do evento; ii) estímulos, com intensidade constante, aplicados seqüencialmente. O estudo compreendeu, ainda, a avaliação da alteração da excitabilidade do tecido em dependência de diferentes níveis de concentração extracelular de potássio. Para interpretação dos resultados, os experimentos foram comparados com simulações computacionais com modelo que reproduz as AENSs.
Resultados: As quantificações dos registros permitiram validar as simulações computacionais, a partir das quais foram estudadas as gêneses das alterações da excitabilidade neuronal, em função dos diferentes níveis de potássio extracelular. Foi possível caracterizar três momentos distintos ao longo do período interictal, denominados BI, BII e BIII. BI, caracterizado por uma excitabilidade elevada, imediatamente posterior ao período ictal, BII, exibindo um aumento da refratariedade à deflagração de eventos e BIII, caracterizado por um aumento da excitabilidade pré-ictal.
Conclusões: Este estudo fornece evidências de que os mecanismos não-sinápticos devem atuar de forma modulatória sobre a excitabilidade neuronal. As gêneses dos três períodos, BI, BII e BIII, observados, podem estar associadas, respectivamente, às atividades pós-ictais, à depressão interictal e às atividades pré-ictais, típicas das crises epilépticas.
Instituição de fomento: FAPEMIG Palavras-chave: atividade epileptiforme, excitabilidade, ictal, interictal, refratariedade |