Poster (Painel)
J.190 | ALTERAÇÕES SISTÊMICAS NO METABOLISMO LIPÍDICO EM CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À ENCEFALOMIELITE AUTOIMUNE EXPERIMENTAL | Autores: | Danielle Bernardes (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Onésia Cristina Oliveira Lima (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Thiago Vitarelli da Silva (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Marcelo Limborço Filho (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Juliana Carvalho Tavares (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) |
Resumo Objetivo: Analisar parâmetros sistêmicos do metabolismo lipídico de camundongos submetidos à encefalomielite autoimune experimental (EAE).
Métodos: 12 camundongos, fêmeas, C57BL/6J com 11-12 semanas de idade, foram divididas em 02 grupos, sendo que um deles recebeu injeção de solução contendo MOG35-55 para indução da EAE. Estes animais foram monitorados quanto ao escore clínico da doença até o 14º dia após a indução, quando foram sacrificados por decapitação. O sangue foi coletado e centrifugado a 3.000 rpm/5 min para separação do soro, no qual foi feita a dosagem por método colorimétrico de triglicérides (kit Labtest Diagnóstica). Fígado e tecido adiposo parametrial foram coletados e pesados. Para este último, uma alíquota de 50 mg foi incubada em tampão Krebs, 37ºC, durante 45 min. Em seguida, alíquotas de 100μL do infranadante foram usadas para a determinação enzimática do glicerol liberado no meio de incubação (kit de triglicérides - Labest diagnóstica). Os dados foram analisados atraves de teste t de Student não pareado. Os valores estão expressos como média e desvio padrão.
Resultados: os animais do grupo EAE apresentaram escore clínico característico da doença (queda da cauda) a partir do 9º dia após a indução. Em relação ao grupo controle, animais EAE também apresentaram menor valor para o peso relativo do tecido adiposo parametrial em gr/100 gr de peso corporal (0,65 +/-0,23 vs. 1,13 +/-0,23; p < 0,01) e maior taxa de liberação de glicerol em mg/dL de infranadante que representa a taxa de lipólise (328,5 +/-122,6 vs. 120,6 +/-30,6; p < 0,01). No entanto, não houve diferença para triglicérides séricos totais em mg/dL entre os grupos (EAE 118,5 +/-31,1 vs. controle 102,1 +/-35,2; NS). Por outro lado, os animais do grupo EAE mostraram significativo aumento no peso do fígado em gr/100 gr de peso corporal (4,0 +/-0,22 vs. 3,7 +/-0,09; p < 0,01) quando comparados ao grupo controle.
Conclusões: A encefalomielite autoimune experimental (EAE) promoveu alterações em parâmetros sistêmicos do metabolismo lipídico desencadeadas por um aumento na taxa de lipólise do tecido adiposo branco. Como não ocorreu aumento de triglicérides no soro, mas ocorreu aumento no peso do fígado, sugerimos que os ácidos graxos liberados pelo tecido adiposo possam estar se acumulando nas células hepáticas, desencadeando, talvez, uma esteatose hepática. Futuras análises histológicas são necessárias para a comprovação desta hipótese.
Apoio Financeiro: CNPq. Palavras-chave: Autoimunidade, Encefalomielite, Metabolismo lipídico |