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J.195 | TERAPIA CELULAR EM DOENÇA DE PARKINSON: UMA AVALIAÇÃO PRÉ-CLÍNICA DO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS DE CORDÃO UMBILICAL HUMANO | Autores: | Marcia Cristina Leite Pereira (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Mariane Secco (USP - Universidade Estadual de São Paulo) ; Daniela Emi Suzuki (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Luciana Janjoppi (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Carolina Oliveira Rodini (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Mayana Zatz (USP - Universidade Estadual de São Paulo) ; Oswaldo Keith Okamoto (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) |
Resumo Dentre as novas estratégias terapêuticas atualmente em consideração para a Doença de Parkinson (DP), destacam-se os processos neuro-restauradores promovidos pela terapia celular. Embora estudos clínicos iniciais com transplante alogênico de células mesencefálicas fetais tenham demonstrado aumento de síntese de dopamina e atenuação de rigidez e bradicinesia em pacientes transplantados, estudos clínicos randomizados, duplo-cegos e placebo controlados subseqüentes não encontraram melhora clínica significativa, além de reportarem efeitos adversos como distonias e discinesias. Assim, questões fundamentais como tipos alternativos de células para transplante, dose e vias de administração, bem como efeitos terapêuticos e riscos específicos envolvidos, ainda persistem e devem ser avaliadas em uma fase pré-clínica. No presente estudo, investigamos o potencial terapêutico de células-tronco mesenquimais (CTM) obtidas de cordão umbilical humano, uma fonte biológica rica em CTM e de fácil acesso, em um modelo experimental de DP induzido pela neurotoxina 1-metil, 4-fenil, 1, 2, 3,6-tetrahidropiradina (MPTP). Em particular, avaliamos os efeitos da administração intracerebral de CTM sobre a população de neurônios dopaminérgicos e sobre a atividade motora. Ratos Wistar machos adultos foram tratados com 0,2 mg de MPTP (n=10) ou salina (grupo controle, n=10) e, após sete dias, submetidos à infusão intraestriatal de CTM, fibroblastos humanos ou veículo (sham), por meio de cirurgia estereotáxica. Após 23 dias do transplante celular, os animais foram inicialmente submetidos a testes comportamentais para avaliação de atividade locomotora, força muscular, acinesia e catalepsia. Posteriormente, os animais foram sacrificados para avaliação de formação de enxerto celular e preservação de neurônios dopaminérgicos. Análises por imunofluorescência com anticorpo específico para DNA humano revelaram a presença de CTM no cérebro de ratos, principalmente no estriado e na substância negra (SN), tanto no lado ipsilateral, quanto no lado contralateral ao sítio de infusão de células. Animais tratados com MPTP apresentaram déficits motores e degeneração bilateral de neurônios dopaminérgicos na SN, verificado tanto pela coloração de neurônios pelo método de Nissl, quanto pela marcação imunohistoquímica para tirosina hidroxilase. Entretanto, animais tratados com MPTP, mas que receberam CTM, apresentaram maior preservação de neurônios dopaminérgicos na SN e melhora significativa de déficits motores (p< 0,05 pelo Teste de Bonferroni). O mesmo efeito não foi observado nos animais controles (sham), tampouco em animais transplantados com fibroblastos humanos. Esses resultados suportam o potencial uso de CTM de cordão umbilical humano no tratamento da DP e reforçam a continuidade dos estudos para entendimento dos mecanismos envolvidos e avaliação de eventuais efeitos adversos. Palavras-chave: Doença de Parkinson, Células Tronco, MPTP, Terapia celular, neuroregeneração |