Poster (Painel)
H.021 | EXPERIMENTAÇÃO COM MONITOR MINIMAMENTE INVASIVO DE PRESSÃO INTRACRANIANA DEMONSTRA ERRO NA DOUTRINA MONRO-KELLIE | Autores: | Olavo Amorim Santos (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Gustavo Henrique Frigieri Vilela (IFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos/Universidade de São Paulo) ; Charles Chenwei Wang (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Danilo Augusto Cardim (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Ligia Akemi Kiyuna (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Luiz Eduardo Genovez Damiano (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Fabio Alexandre Casarin Pastor (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Paula Andrea Gabrielli Fregonezzi (IFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos/Universidade de São Paulo) ; Wilson Seluque Ferreira (HCRP/USP - Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto) ; Keico Okino Nonaka (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos/Universidade de São Paulo) |
Resumo A doutrina Monro-Kellie, a qual se refere à inexpansibilidade da caixa craniana, tem sido referenciada em toda a literatura científica nas áreas de neurofisiologia e neurocirurgia como um verdadeiro paradigma. Mostramos, entretanto, através de experimentação, que tal doutrina não é absolutamente válida. Até então, não foram consideradas pequenas variações físicas na calota craniana que, apesar de ínfimas, são geradas pelas pequenas alterações da pressão intracraniana (PIC). O monitoramento dessas variações pode gerar importantes resultados, as quais são de grande importância para o estudo da neurofisiologia e neurocirurgia. Historicamente, a evolução científica tem dependido de pequenos efeitos que se tornam mensuráveis com a evolução tecnológica, abrindo-se assim relevantes áreas, tanto em pesquisas básicas como aplicadas. Por exemplo, o spin dos prótons, apesar de extremamente pequeno, possibilita a obtenção de imagens de tomografia por ressonância magnética, de grande importância atual para a farmacologia, medicina, entre outras áreas. Nossos experimentos mostraram que mínimas deformações na calota craniana, geradas pelas alterações da PIC, podem ser registradas e correlacionadas como valores da PIC. O monitoramento da PIC por este método mostrou que a caixa craniana é expansível, diferentemente do que se acreditava segundo a doutrina Monro-Kellie. Nosso grupo desenvolveu um novo método minimamente invasivo para o monitoramento da pressão intracraniana. Este método consiste em monitorar a expansão craniana através da fixação de sensores de deformação sobre a região parietal do crânio. Observamos que a variação da PIC é capaz de deformar o crânio, levando à expansão craniana quando ocorre aumento da pressão intracraniana e diminuição do volume craniano quando ocorre diminuição da PIC. Isso leva a obtenção de um sinal elétrico pelo sensor que monitora a referida expansão craniana, e a partir de princípios físicos, como a primeira e segunda leis de Ohm, podemos calcular a pressão que está sendo exercida sobre a caixa craniana. Os dados obtidos durante os experimentos contradizem a afirmação de que o crânio é uma caixa óssea inexpansível, dentro da qual estão presentes três componentes principais: sangue, líquor e parênquima cerebral (doutrina Monro-Kellie). Caso ocorra alteração em um dos componentes, esta acarretará variação dos valores da PIC. Os experimentos que levaram a esta afirmação foram realizados em crânios humanos dissecados, sobre os quais foram colados sensores de deformação, e em seu interior foi inflado um balão de ar, simulando o aumento da pressão intracraniana. O mesmo balão foi esvaziado, para simular a diminuição da PIC. Observamos que existe correlação direta entre o aumento e diminuição da pressão intracraniana com a variação do volume craniano, sem a presença de histerese óssea. Os dados experimentais mostram que a doutrina Monro-Kellie não é absolutamente correta, e que as deformações da caixa craniana detectadas pelo nosso método devem ser consideradas, podendo servir de referência para mensuração da pressão intracraniana. Apoio Financeiro: FAPESP Palavras-chave: Monro-Kellie, PIC, Crânio, Pressão Intracraniana |