Prêmio
I.002 | Autoavaliação da aprendizagem no ensino de neurociências para estudantes de graduação. | Autores: | Alexandre Valotta da Silva (UNIFESP-BS - Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista) ; Isabela Cóstola Windlin (UNIFESP-BS - Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista) ; Fábio Tadeu Montesano (UNIFESP-BS - Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista) |
Resumo A complexidade do sistema nervoso humano torna o ensino de neurociências um desafio, especialmente para cursos de graduação na área da saúde. Uma série de trabalhos tem destacado as dificuldades que profissionais e estudantes tem em lidar com pacientes neurológicos. De fato, a capacitação do aluno para ser agente atuante em seu desenvolvimento profissional é uma questão central do ensino superior em saúde. Nesse contexto, muitos pesquisadores e educadores identificam a autoavaliação como um aspecto fundamental da formação profissional.
O objetivo do presente estudo foi comparar os resultados obtidos por estudantes de graduação na área da saúde em avaliações diagnósticas tradicionais (provas teóricas e práticas) e perguntas de autoavaliação referentes aos conteúdos de neurociência básica, particularmente neuroanatomia e neurofisiologia.
Participaram deste estudo duzentos e vinte e dois estudantes de cinco cursos de graduação em saúde (Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Psicologia, Nutrição e Educação Física). Após a realização de avaliações diagnósticas tradicionais (duas provas teóricas e uma prova prática, valendo de zero a dez), os estudantes responderam a um questionário de autoavaliação composto por dez questões: 1. Você aumentou seu conhecimento sobre o sistema nervoso? 2. Você participou de todas as atividades, incluindo aulas, trabalhos, monitoria, etc? 3. Você estudou conteúdo com antecedência? 4. Você estudou com outros colegas? 5. Você utilizou os livros recomendados? 6. Você está satisfeito com seu aprendizado? 7. Você gostaria de ter se aplicado mais? 8. Você gostaria de estudar mais sobre o sistema nervoso no futuro? 9. Você acredita que o conteúdo ministrado será útil em sua profissão? 10. Atribua uma nota de zero a dez ao seu desempenho.
Para estudar a concordância entre o resultado da autoavaliação e as notas obtidas nas avaliações tradicionais, foram utilizados: Gráfico de Bland-Altman, Coeficiente de correlação intraclasses, Teste t de Student para amostras relacionadas e Teste do sinal. Para estudar a relação conjunta entre os resultados da autoavaliação e a aprovação no módulo, foi realizada análise de correspondência.
Os dados de cento e sessenta e cinco estudantes foram incluídos na análise. As perguntas com maior porcentagem de respostas afirmativas foram 1 e 9. As perguntas com menor porcentagem de respostas afirmativas foram 3 e 6. Não houve concordância entre a autoavaliação e as notas obtidas nas avaliações tradicionais. O coeficiente de correlação intraclasses obtido foi de 0,534 [0,417 ; 0,634]. Em média, os alunos superestimaram seu desempenho (p = 0,002). Os alunos que obtiveram notas muito altas (acima de oito) ou muito baixas (abaixo de três) nas avaliações tradicionais tenderam a apresentar auto-avaliação mais concordante. A análise de correspondência revelou que as questões 1, 2, 3 e 6 foram bastante discriminativas quanto à aprovação no módulo. Estudantes aprovados caracterizaram-se marcadamente por responder "sim" a essas questões, enquanto os não aprovados apresentaram resposta "não".
Nossos resultados sugerem que, apesar de não haver uma concordância exata entre a nota atribuída na autoavaliação e as notas obtidas nas avaliações tradicionais, o instrumento de autoavaliação utilizado (questionário) foi capaz de diferenciar os estudantes quanto à aprovação no módulo. Palavras-chave: neuroanatomia, neurofisiologia, neurofobia, ensino em saúde |