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J.238 | Ácido fólico previne a hiperlocomoção e alterações nos níveis de TBARS induzida por ouabaína em um modelo de mania em ratos | Autores: | Josiane Budni (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Camille Mertins Ribeiro (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Patrícia Souza Brocardo (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Eloísa Pavesi (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Marcela Uliano-silva (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Rafael Trevisan (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Mariana G. Terenzi (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Alcir L. Dafre (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Ana Lúcia Severo Rodrigues (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) |
Resumo INTRODUÇÃO: O transtorno bipolar é uma doença crônica, prevalente e altamente debilitante. Relatos evidenciam que o ácido fólico apresenta efeito antidepressivo em estudos pré-clínicos e clínicos e também sugerem que desempenha papel importante no transtorno bipolar.
OBJETIVOS: Investigar o efeito protetor do ácido fólico em um modelo de mania induzido por ouabaína em ratos.
MÉTODOS: Ratos Wistar machos adultos (n=5-6 por grupo), pesando 250-350 g, foram utilizados. Os ratos foram tratados duas vezes ao dia durante 7 dias com ácido fólico (10, 50 e 100 mg/kg, p.o.) ou cloreto de lítio (LiCl, estabilizador de humor, controle positivo, 45 mg/kg, p.o.). Um dia após a última injeção, os animais receberam uma injeção intracerebroventricular (i.c.v., 5 µl) de ouabaína (inibidor da Na+,K+-ATPase, 10 µMl). A atividade locomotora dos animais foi avaliada no teste do campo aberto. Os níveis de TBARS foram mensurados no córtex cerebral e no hipocampo.
RESULTADOS: Ouabaína administrada i.c.v. aumentou significativamente (p<0,01) a locomoção (583,9 ± 45,7% em relação ao controle administrado com salina 100%) dos animais no teste do campo aberto. O pré-tratamento dos animais durante 7 dias, duas vezes por dia, com ácido fólico (50 mg/kg, p.o.) ou cloreto de lítio (45 mg/kg, p.o.) preveniu completamente a hipelocomoção (redução de 77,7 ± 36,3% p<0,01 e 89,1 ± 21,9%, p<0,01, respectivamente) induzida por ouabaína. A dose mais alta de ácido fólico (100 mg/kg, p.o.) preveniu parcialmente (redução de 52,3 ±4,4% p<0,05) esta hiperlocomoção. O tratamento com ouabaína induziu peroxidação lipídica evidenciado por aumento significativo (p<0,01) nos níveis de TBARS no hipocampo e córtex cerebral (43 ± 0,9% e 54 ± 4,3%, respectivamente, em relação ao controle administrado com salina 100%). O pré-tratamento dos animais durante 7 dias, duas vezes por dia, com ácido fólico (50 mg/kg, p.o.) ou cloreto de lítio (45 mg/kg, p.o.) preveniu completamente no hipocampo (redução de 19,2 ± 1,6, p<0,01 e 40,52 ± 4,00%, p<0,01, respectivamente) e córtex cerebral (redução de 38,31 ± 5,0%, p<0,01 e 32,24 ± 0,7%, p<0,01, respectivamente) o aumento de TBARS induzido por ouabaína. A dose de 100 mg/ kg, p.o. de ácido fólico também foi capaz de reverter (redução de 21,33 ± 0,9%, quando comparado ao grupo ouabaína 100%) o aumento de TBARS induzido por ouabaína, porém somente no hipocampo.
CONCLUSÕES: Estes resultados demonstram que o ácido fólico, de forma similar ao cloreto de lítio, foi capaz de prevenir alterações neuroquímicas e comportamentais induzidas por ouabaína em um modelo animal de mania.
Apoio Financeiro: CNPq, FAPESC-SC, CAPES, UFSC, FINEP-IBN-Net (01.06.0842-00).
Palavras-chave: Transtorno bipolar, Mania, Hiperlocomoção, Ácido fólico |