SBNeC 2010
Resumo:J.251


Poster (Painel)
J.251Avaliação do efeito neuroprotetor do ácido docosahexaenóico (DHA) em fatias de hipocampo de camundongos submetidas a um modelo de isquemia química
Autores:Fabiana Kalyne Ludka (UFSC - Universidade Federal de Santa CatarinaUNC - Universidade do Contestado) ; Simone Molz (UFSC - Universidade Federal de Santa CatarinaUNC - Universidade do Contestado)

Resumo

A isquemia cerebral caracteriza-se pela obstrução de fluxo sanguíneo para o cérebro, resultando em redução do aporte de glicose e oxigênio o que desencadeia uma série de eventos metabólicos que culminam na morte neuronal. A isquemia cerebral continua sendo um dos maiores problemas da saúde pública ligada a problemas de desordem cerebral, uma vez que pode acarretar em morte ou desordens permanentes. Os ácidos graxos poliinsaturados, dentre eles o Ácido Docosahexaenóico (DHA), são componentes naturais dos alimentos, que podem reduzir o risco da isquemia cerebral. Apesar de o DHA apresentar efeitos protetores em várias doenças, seu mecanismo de ação ainda está sendo caracterizado. Sabendo-se da importância de se desenvolver drogas neuroprotetoras frente à isquemia cerebral e dos efeitos benéficos do DHA, o trabalho visa avaliar o possível potencial neuroprotetor do DHA em um modelo de isquemia química in vitro, e seu possível mecanismo de ação. O dano isquêmico foi mimetizado em fatias de hipocampo através do modelo da privação de glicose e oxigênio (PGO). Fatias de hipocampo de camundongos machos adultos Swiss de (60 – 90 dias) foram utilizados. O dano neuronal e possível reversão foram avaliados através da viabilidade celular (redução do MTT). O mecanismo de ação envolvido no efeito neuroprotetor do DHA foi avaliado através de inibição farmacológica do receptor NMDA pelo MK801. Doses subativas de DHA incubadas com MK801 também foram utilizadas na avaliação do mecanismo de ação do DHA. Os resultados obtidos foram avaliados através da análise de variância de uma via (ANOVA), seguido do Teste de Duncan, quando necessário. Os resultados foram considerados significativos quando p < 0,05. Resultados mostraram que o DHA per se não se apresenta tóxico para as fatias hipocampais no modelo de estudo. Na concentração de 5μM incubado por 15 minutos no período que antecede a PGO e durante o período de PGO o DHA foi capaz de reverter a perda da viabilidade celular em 99,7%. MK-801 na concentração de 10μM mas não na concentração de 1μM, pré incubado por 10 minutos antes do período que antecede a PGO foi capaz de reverter a perda da viabilidade celular. Utilizando doses subativas de DHA (1μM) e MK-801 (1μM) nos 15 minutos que antecederam a PGO e durante o período de PGO, houve reversão da perda da viabilidade celular em 92%. Tal resultado indica sinergismo farmacolgico entre DHA e MK-801 o que indica que o efeito neuroprotetor do DHA envolva modulação de receptores glutamatérgicos do subtipo NMDA.


Palavras-chave:  isquemia cerebral, neuroproteção, DHA