SBNeC 2010
Resumo:J.217


Poster (Painel)
J.217Estudo de repetições de trinucleotídeos CGG do gene FMR1 em pacientes autistas.
Autores:Cintia Marques Ribeiro (IB-USP - Instituto de Biociencias, Universidade de Sao Paulo.) ; Thais Alves Hamaji (IB-USP - Instituto de Biociencias, Universidade de Sao Paulo.) ; Karina Griesi-oliveira (IB-USP - Instituto de Biociencias, Universidade de Sao Paulo.) ; Danielle de Paula Moreira (IB-USP - Instituto de Biociencias, Universidade de Sao Paulo.) ; Vanessa Naomi Van Opstal Takahashi (IB-USP - Instituto de Biociencias, Universidade de Sao Paulo.) ; Estevao Vasdaz (IPQ-USP - Instituto de Psiquiatria, Universidade de Sao Paulo.) ; Angela Maria Vianna Morgante (IB-USP - Instituto de Biociencias, Universidade de Sao Paulo.) ; Maria Rita Passos-bueno (IB-USP - Instituto de Biociencias, Universidade de Sao Paulo.)

Resumo

Os transtornos do espectro autista (ASD) são distúrbios neuropsicológicos caracterizados por padrões comportamentais estereotipados, ausência ou limitação de comunicação verbal e de interação social recíproca. Cerca de 90% dos casos de autismo são idiopáticos e os outros 10% são chamados de autismo sindrômico ou secundário. A síndrome do X-frágil, originada por expansão de repetições de trinucleotídeos CGG (>200 repetições) na região 5’ não traduzida (5’UTR) do gene FMR1, é a causa mais comum de autismo secundário. Alelos de pré mutação (55 a 200 repetições) e alelos grey zone têm sido associados a aumento de transcrição de FMR1 e redução na eficiência de tradução desse RNA mensageiro. Enquanto alelos de pré mutação predispõe a menopausa precoce em mulheres e tremor/ataxia em homens, ainda não foi esclarecido o efeito fenotípico dos alelos grey zone. Recentes estudos sugerem que o padrão de interrupções AGG pode também ter um impacto na estabilidade do gene FMR1. Desse modo, o objetivo desse estudo foi verificar se há um enriquecimento de repetições CGG na região 5’UTR de FMR1 em pacientes autistas. Realizamos PCR com oligonucleotídeo marcado com fluoróforo para avaliar 264 pacientes com autismo idiopático e 153 indivíduos controles. Dois pacientes foram identificados como portadores da pré mutação (confirmado por Southern blotting) e esses foram excluídos das análises posteriores. A distribuição dos tamanhos dos produtos de PCR foi estatisticamente diferente em pacientes e controles (p= 0,003; teste Mann-Whitney) com um excesso de produtos maiores do que 550pb em portadores de ASD (15,5% em pacientes e 9% em controles). Para determinar o número exato de repetições CGG e o padrão de interrupções AGG desses produtos(>550pb)utilizamos a técnica de sequenciamento. Embora tenhamos observado padrão similar de interrupções AGG em pacientes e controles, o número de repetições CGG variou de 25 a 42 nos controles, enquanto que, em pacientes o menor alelo continha 28 repetições. Além disso, o número de casos com a pré mutação (2/264) encontrado foi maior em comparação a população em geral. Nossos resultados iniciais sugerem que o número de repetições CGG pode influenciar na predisposição ao autismo, mas, é necessário uma amostra maior para melhor interpretar esses dados.


Palavras-chave:  Autismo, Interrupcoes AGG, Repeticoes CGG, Sindrome do X-Fragil