SBNeC 2010
Resumo:A.067


Poster (Painel)
A.067Elipses de discriminação de cores em macacos-prego (Cebus sp.)
Autores:Paulo Roney Kilpp Goulart (NPTC-UFPA - Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento, UFPAIP-USP - Instituto de Psicologia, USP) ; Olavo de Faria Galvão (NPTC-UFPA - Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento, UFPA) ; Luiz Carlos de Lima Silveira (NMT-UFPA - Núcleo de Medicina Tropical, UFPA) ; Dora Fix Ventura (IP-USP - Instituto de Psicologia, USP)

Resumo

A visão de cores dos primatas platirrinos caracteriza-se por polimorfismo ligado ao sexo: algumas fêmeas são tricromatas e os machos e demais fêmeas são dicromatas. O objetivo do presente trabalho foi Avaliar a eficácia de uma versão adaptada do Cambridge Colour Test (CCT) no diagnóstico de fenótipos de visão de cores de macacos-prego, a partir da derivação de elipses de discriminação de cores. Participaram do estudo quatro animais, três machos e uma fêmea, com treino prévio em tarefa de discriminação da diferença cromática em arranjo pseudoisocromático. Foram coletadas amostras de DNA de cada animal para identificação de seus genótipos de visão de cores. O arranjo de estímulos consistia de um mosaico de círculos variando em tamanho e luminância, apresentados sobre um fundo preto. Um subconjunto de círculos definido com um matiz diferente dos demais constituía um alvo na forma aproximada de um quadrado, que podia ser apresentado em qualquer uma de 9 posições na tela de um monitor sensível ao toque. A diferença entre alvo e fundo era variada dinâmica e adaptativamente, seguindo um método psicofísico de escada. Para cada vetor de variação da diferença cromática, o alvo era inicialmente apresentado com contraste máximo e permanecia na tela até que o sujeito efetuasse um toque. Toques sobre o alvo (corretos) produziam uma pelota de ração e um intervalo entre tentativas (IET); toques incorretos produziam apenas o IET. Três elipses de discriminação de cor foram produzidas para cada sujeito, a partir das coordenadas de fundo padrão do CCT. A determinação das elipses se baseou nos limiares de discriminação obtidos para 20 vetores de variação cromática ao redor de três coordenadas de fundo. Os testes para a derivação de cada elipse foram realizados em cinco sessões, cada uma apresentando quatro dos 20 vetores. Cada animal foi exposto duas vezes aos testes referentes a cada elipse e as elipses propriamente ditas foram geradas a partir dos limiares obtidos na segunda exposição. Os três machos apresentaram limiares cuja distribuição foi consistente com a de elipses de discriminação produzidas por humanos dicromatas, particularmente deuterânopes. A distribuição dos limiares produzidos pela fêmea, por sua vez, foi consistente com a de elipses de indivíduos tricromatas anômalos. Esses resultados são coerentes com a previsão de dicromacia para machos e possível tricromacia para fêmeas dessa espécie. A precisão diagnóstica da versão adaptada do CCT para a aplicação com primatas não-humanos será verificada a partir da comparação com os resultados da análise genética dos sujeitos.


Palavras-chave:  Discriminação de cores, Cebus sp., Cambridge Colour Test