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J.256 | ALTERAÇÕES DO NERVO ISQUIÁTICO EM CAMUNDONGOS C57Bl/6 INOCULADOS COM A CEPA CL DE Trypanosoma cruzi NAS FASES AGUDA E CRÔNICA DA INFECÇÃO | Autores: | Amilton Antunes Barreira (FMRP - USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) ; Adriana Helena do Nascimento Elias (FMRP - USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) ; Maria Cristina Lopes Schiavone (FMRP - USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) ; Paulo Guedes (FMRP - USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) ; João Santana da Silva (FMRP - USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) |
Resumo A doença de Chagas ou tripanossomíase americana é causada pelo protozoário parasita intracelular Tripanossoma cruzi. A infecção caracteriza-se pelas fases aguda e crônica. A duração da fase aguda é variável. Durante a fase crônica pode ocorrer comprometimento cardíaco, alteração no sistema digestivo (megaesofago e/ou megacólon) e envolvimento do sistema nervoso periférico predominantemente sensitivo-motor. Esse estudo objetiva verificar alterações no sistema nervoso periférico predominantemente sensitivo-motor de camundongos C57Bl/6 nas fases aguda e crônica da doença. Dois grupos de 8 camundongos C57Bl/6 fêmeas, de 6 a 8 semanas foram infectados com 2.500 formas tripomastigotas do T. cruzi, cepa CL. A avaliação clínica foi realizada diariamente, em ambos os grupos durante os primeiros 28 dias e, posteriormente, o grupo crônico foi reavaliado do 60º dia até 88 º dia pós infecção. Os animais foram sacrificados na fase aguda entre o 18º e 28º e, na fase crônica entre o 78º e 88º dia pós infecção. O nervo isquiático e as raízes espinhais foram dissecados em ambos os lados. Os fragmentos do lado direito foram incluídos em parafina para realização de cortes histológicos transversais e longitudinais, corados com hematoxilina e eosina (HE). Os fragmentos do lado esquerdo foram incluídos em Epon 812® para realização de cortes semifinos transversais e longitudinais, corados com azul de toluidina. Os cortes foram analisados e a descrição das alterações histológicas foi realizada de modo semi-quantitativo. Clinicamente, todos os animais na fase aguda apresentaram diminuição da atividade motora, porém sem sinais de alterações neurológicas focais ou multifocais. Na fase crônica não foi observada diminuição da mobilidade. Morfologicamente, verificamos que amostras do nervo isquiático de quatro animais na fase aguda (50%) apresentaram infiltrados inflamatórios endoneurais e epineurais, de pequena intensidade, classificados com esparsos discretos - grau 1- e moderados - grau 2 (classificação de 7 itens, graduados de menor para maior intensidade de 0 a 7). Os nervos isquiáticos dos outros animais eram normais. Na fase crônica observamos em todas as amostras do nervo isquiático e suas raízes, infiltrado inflamatório endoneural e epineural de pequena a moderada intensidade, classificados com a mesma graduação dos animais agudos. Degeneração walleriana foi encontrada em amostras de cinco animais. Maior número de animais do grupo crônico apresentou maior incidência de infiltrado inflamatório, porém estatisticamente não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos. Nossos resultados diferem de outros com a mesma cepa de T. cruzi em camundongos C3H e são importantes para um melhor entendimento dos mecanismos de lesão da tripanossomíase murina. Estudos posteriores com diferentes cepas e inóculos e abordagem dos mecanismos poderão justificar essas diferenças. Palavras-chave: Doença de Chagas, Tripanossoma Cruzi, Nervo Isquiático, Nervo periférico |