Poster (Painel)
J.247 | Comportamento no Teste de Natação Forçada de ratos predispostos à depressão submetidos a isolamento social e tratados com amitriptilina ou fluoxetina | Autores: | Tomaz Eugenio Abreu Silva (UFTM - UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO) ; Guilherme Cia Zanetti (UFTM - UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO) ; Patricia Helena Zanier-gomes (UFTM - UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO) |
Resumo Introdução
A depressão é uma patologia crônica de prevalência mundial e etiologia multifatorial, relacionada à influência de fatores sócio-econômicos, situações cotidianas e conjugais, estresse crônico, entre outros. A prevalência de um episódio depressivo em 12 meses foi estimada em 5,8% em homens e 20 % em mulheres em 2006 pela Organização Mundial de Saúde. O estado civil (maior prevalência em pessoas divorciadas ou viúvas) é um fator de importância para o desenvolvimento da depressão.
Em cerca de 60% dos casos, os episódios depressivos são precipitados por fatores estressantes, principalmente de origem psicossocial. Ainda não existe um modelo animal ideal de depressão, mas a perda social é considerada um dos maiores precipitantes desta patologia e o isolamento social pode ser considerado um indutor de um comportamento depressivo em roedores. Além disso, a conhecida influência de fatores genéticos no desenvolvimento da depressão poderia se manifestar por um aumento da sensibilidade a eventos estressantes.
Objetivo
Analisar o comportamento no teste de natação forçada de ratos predispostos ao comportamento depressivo (com uma maior imobilidade no TNF inicial) submetidos ao isolamento social e tratados com amitriptilina (antidepressivo tricíclico) ou fluoxetina (inibidor da recaptação seletiva de serotonina).
Material e método
Animais: 60 ratos Wistar fêmeas com 10 semanas de idade provenientes do biotério da Disciplina de Farmacologia da UFTM (Protocolo CEUA-UFTM 128).
Drogas: Amitriptilina (Cristália) e Fluoxetina (Europharma) diluídas em solução salina a uma concentração final de 5 mg/ml, administradas de forma i.p., diariamente (21 dias) em um volume de 1ml/kg de peso do animal.
Teste de natação forçada (TNF): Consistiu em um cilindro de vidro com 50 cm de altura e 15 cm de diâmetro, contendo água a 23°C (+ 1°C) a uma profundidade de 28 cm (+ 2). Os animais foram submetidos a uma sessão de treino (15 minutos) e posteriormente a sessões teste de 5 minutos, repetidas a cada 7 dias, nas quais foi aferido seu tempo de imobilidade.
Isolamento social: Os animais foram submetidos a isolamento social por 21 dias. Aqueles que apresentaram o maior e o menor tempo de imobilidade inicial permaneceram isolados por mais 21 dias, durante o tratamento.
Resultados:
Após 21 dias de isolamento, os animais com o maior propensão ao comportamento depressivo (maior imobilidade no TNF inicial) apresentaram maior tempo de imobilidade que os animais pouco propensos (menor imobilidade no teste inicial) [F=3,64 (3,58), p<0,05; X2=12,6(3), p<0,01] Dados representam média + erro: p.não = 29,2 + 11,7; p.iso=52 + 19,7; m.não = 70,3 + 14,5; m.iso = 117,7 + 26,5.
Após 21 dias de tratamento, os animais propensos e isolados, tratados com amitriptilina, apresentaram uma redução do tempo de imobilidade quando comparados aos demais animais do respectivo grupo [F=2,75(5,27), p<0,05] (pns=25,2 + 9,4; pna=29,7 + 17,9; pnf=27,6 + 17,8; mis=116,8 + 35,4; mia=27,7 + 5,1; mif=80,5 + 42,4).
Conclusão
A amitriptilina na dose de 5mg/kg por 21 dias é efetiva em reduzir o comportamento depressivo de ratos com maior propensão à depressão e submetidos ao isolamento social.
Palavras-chave: ratos, isolamento, depressão, teste de natação forçada |